A respeito dos despropositados ataques feitos pelo diretor institucional do Grupo de Comunicação O Povo, Plínio Bortolotti, à União da Juventude Socialista e ao Partido Comunista do Brasil, em artigo intitulado "Por que perseguem Yoani Sánchez?”, publicado na edição de hoje, 21 de fevereiro, do jornal. Faço as reflexões a seguir.
O jornalista começa seu texto afirmando que a blogueira cubana é perseguida em seu país e que há mais de vinte anos tenta, sem sucesso, sair do mesmo. Levando em consideração que em 2002 Yoani mudou-se para a Suíça e dois anos depois, em 2004, resolveu voltar para Cuba, e que não há nenhuma evidência dessa suposta perseguição a ela, já que nem mesmo o seu Blog é censurado, o texto tem logo no início uma mentira deslavada.
Logo adiante, tenta desqualificar as manifestações realizadas pela UJS e outras forças políticas, numa clara tentativa de tolher nosso direito a livre manifestação de opinião, e ainda conta outra mentira. Ao afirmar que em Cuba “ter opinião é traição.” ataca com outro disparate deslavado, pois todos sabem que o que é proibido em Cuba, ou em qualquer outro país, é o financiamento estrangeiro de grupos de oposição, como é o caso dos cubanos financiados pelo Estado Norte Americano através das leis ‘Torricelli’ e ‘Helms-Burton’. Isso configura um delito condenado pela maioria dos códigos penais do mundo. Essa é a verdade.
Plínio, o diretor do Grupo O Povo, chega ao absurdo de recriminar a atitude democrática de vaiar ou manifestar através de palavras de ordem e cartazes opiniões contrárias a da cubana. Novamente falta com a verdade quando credita a não exibição do documentário “Conexão Cuba-Hondura” a ação da UJS, quando a própria organização do evento divulgou que a decisão de não exibir o documentário foi tomada devido ao atraso na programação, provocado pela demora da cubana em chegar ao local do evento.
Acusar a militância da UJS e do PCdoB de “fanáticos do autoritarismo” é no mínimo um contrassenso. Pois, não há no Brasil força política mais comprometida com a liberdade e a democracia do que esta. O caso, é que para nós comunistas, a democracia está para além do simples direito ao voto (que em Cuba é exercido livremente por mais de 80% da população), para nós o direito inalienável a vida, a segurança alimentar, a uma educação de qualidade, ao serviço de saúde, é grande significado mais verdadeiro e justo de democracia. E que de acordo com índices internacionais, a população cubana tem muito mais acesso do que a brasileira, ou a de muitos países desenvolvidos.
Por fim, entendo que toda essa ofensiva da grande imprensa em cima das ações realizadas, pela UJS e seus aliados, em protesto à visita e a posição política da blogueira Yoani Sánchez faz parte de uma articulação maior, que tem por objetivo tentar frear o processo de ascensão das forças de esquerda que se fortalecem em toda a América Latina.
Essa ascensão, representada pelo governo revolucionário de Raul Castro, em Cuba; e pelos governos progressistas de Lula e Dilma, no Brasil; Evo Morales, na Bolívia; Hugo Chavez, na Venezuela; Rafael Correa, no Equador; Daniel Ortega, na Nicarágua, incomoda de sobremaneira uma elite imperialista que não se conforma com a soberania e independência política e econômica conquistada por esses países no último período. Transformar Yoani Sánchez, em uma mártir da luta pela democracia, nada mais é do que mais uma das cartadas do imperialismo yankee contra a autodeterminação dos povos latino americanos.
Então, precisamos nos questionar a serviço de quem estão os meios de comunicação que dão, dia após dia, manchetes à ação golpista e reacionária de Yoani Sánchez? Por que não dão a mesma cobertura aos blogs censurados no Brasil (Falha de S. Paulo e Esmael Morais)? Quais os interesses daqueles que a ciceroneiam a blogueira, aqui no Brasil? Quem financia esta peripécia ‘Júlio Verneana’ de visitar 80 países em turnê? Quem realmente é, e qual a relevância de Yoani em Cuba? Ou seja, no frigir dos ovos, a turma da UJS tem mesmo é que estar na linha de frente das manifestações contra Yoani, pois como diria João Amazonas “nós não viemos fritar bolinhos”, o nosso lado é claro, é o lado do Socialismo e da Revolução!
Viva a Revolução Cubana de 1º de janeiro de 1959!
Viva o Socialismo!