quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Sou jovem e participo da política, sim!

Matéria veiculada no Jornal Diário do Nordeste de ontem, 26 de setembro, afirma ser pequena a participação dos jovens na política. Com o titulo “Pequena participação dos eleitores jovens” a notícia quer nos levar a crer que há uma desmobilização geral e que o envolvimento da juventude com as campanhas eleitorais tem fins e interesses meramente financeiros.

Ora, se não é a três dias de se completarem 20 anos do impeachment de Fernando Collor, fato marcante da história política brasileira e que foi protagonizado pelos estudantes “Caras-Pintadas” organizados pela UNE e pela UBES, que o Jornal Diário do Nordeste nos traz uma notícia como essas.

Parece que os editores do impresso estão alheios ao que ocorre na cidade e no Brasil. Segundo o TSE, na região Nordeste, 58% dos jovens de dezesseis e dezessete anos fizeram o alistamento eleitoral e vão votar nas próximas eleições. É a região do país que terá a maior participação, não obrigatória, de jovens nesta eleição. No Sudeste, por exemplo, apenas 31% dos jovens de dezesseis e dezessete anos irão votar. 

Acredito que o jovem tem interesse em participar da política, se preocupa com o futuro do seu país. E que hoje cumpre um papel histórico importante, pois ao invés de se mobilizar apenas “contra”, seja contra o aumento da passagem ou contra o fechamento de escolas e universidades públicas, se mobiliza e luta “a favor”, quando vai pra rua exigir que o país invista 10% do PIB em Educação, quando no #OcupeBrasília aprova o Estatuto da Juventude e a proposta de 50% do Pré-Sal para Educação.

Vivemos um período em que o jovem se entende como sujeito de direitos, e tem na participação política uma alternativa para a solução dos seus problemas. Basta acompanhar a participação juvenil nos movimentos sociais e nas conferências de juventude e educação, por exemplo. O último congresso da UNE foi o maior de sua história e mobilizou mais de 1,6 milhão de estudantes de 96% das Instituições de Ensino Superior do país.

Por fim, tenho convicção que para nós, jovens, a política não se resume às eleições sejam elas municipais ou gerais. Pelo contrário, ela está presente em cada luta cotidiana, desde a nossa luta pela abertura do Restaurante Universitário até a luta por moradia e por transporte público de qualidade. Nas eleições não queremos só votar, mas também o direito de ser votado.

Ivo Braga
Estudante de Jornalismo da UFC
Vice Presidente Regional da UNE
Diretor de Comunicação do DCE-UFC

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