quarta-feira, 27 de maio de 2009

João Amanozas, Presente!

Hoje, 27 de maio de 2009 um dia para homenagens. Não poderia deixar de comentar aqui no blog que hoje é o aniversário de minha mãe a 'Dona Selene' nas palavras da Flaviene, e o pesaroso 7° aniversário de falecimento do Camarada João Amazonas.

Falar de João Amazonas é falar do Brasil, da juventude guerrilheira do Araguaia, de marxismo, do PCdoB, enfim, falar do João é falar da esperança de um mundo novo, com paz, pão e terra para todos.

Abaixo segue o documentário 'Camarada João' produzido pelo PCdoB em homenagem à uma das principais figuras da luta revolucionária no país. E se dizem que uma imagem fala mais do que mil palavras, o documentário fala mais do que qualquer coisa que eu pudesse escrever aqui.





João Amazonas, eterno guerrilheiro. Herói dos Comunistas e do Povo brasileiro!

A casa grande, a senzala e o ENEM

*Por Gilvan Paiva

Os resultados do ENEM seguem repercutindo. Para uns, o que foi feito até aqui tem sido insuficiente, para modificar indicadores historicamente negativos, produzidos na abissal desigualdade da sociedade brasileira. Para outros, tudo continua como dantes: os filhos da casa grande continuando a colher as melhores avaliações educacionais, porque seus pais detêm escolaridade maior e poder aquisitivo para escolher as melhores escolas. Enquanto a herança da senzala ainda permanece ditando os números negativos alcançados pelos mais pobres, em escolas precárias e desabilitadas para o ensino.

É possível construir uma educação de qualidade neste cenário? Definitivamente sim. A educação irá se fortalecer se houver mais democracia. Se houver um estado mais comprometido com o desenvolvimento e a inclusão social. Se a sociedade cumprir seu papel protagonista e impulsionar as conquistas existentes.

Os avanços, principalmente no Governo Lula, têm forte relação com a idéia da educação como política de estado, nos quais o financiamento, a gestão e a valorização do professor são eixos estruturantes de um projeto de longo prazo, viabilizado por ações articuladas que visam dar qualidade ao ensino e aprendizagem a todos.

Certos discursos fáceis querem jogar a responsabilidade dos problemas sociais brasileiros na precária e combalida escola pública. Paciência! A desigualdade no Brasil nasceu primeiro que a escola. Mesmo com os avanços alcançados, a educação tem sido incapaz, nesse momento, de promover a alteração de uma lógica que sempre apostou na ignorância e no analfabetismo do nosso povo. Os indicadores que temos ainda são “derivados da mentalidade escravocrata” e de políticas discricionárias e excludentes, realizadas secularmente.

A educação – assim como o país - floresce bem melhor num ambiente democrático onde os diferentes atores possam partilhar seus problemas e desafios. E será bem cuidada se os gestores tiverem compromisso e colaboração com a qualidade do ensino e compreensão de que a aprendizagem não se limita aos muros da escola, mas deriva de um amplo processo de construção de toda sociedade, articulada com os esforços de um estado democrático, soberano e socialmente comprometido com a felicidade de seu povo. Estamos no caminho, embora as pedras estejam por lá, como diria Drummond. Mais haveremos de removê-las.

*Gilvan Paiva é sociólogo e Secretário de Educação da Prefeitura de Maranguape/CE

terça-feira, 26 de maio de 2009

É Tudo Nosso! Um Filme de Toni C. - Parte 02

Segunda parte do filme 'É Tudo Nosso! O Hip-Hop Fazendo História' produzido por Toni C. através do Ponto de Cultura Hip-Hop à Lápis.



Semanalmente traremos novos capítulos de todo o filme, É Tudo nosso! O Hip-Hop Fazendo História.

Assita a primeira parte em: É Tudo Nosso! Um Filme de Toni C. - Parte 01

Che Guevara, Presidente de Honra da UBES!

E quem diria, o maior líder juvenil da américa latina, o argentino Ernesto Guevera de la Serna (Che Guevara), foi eleito presidente de honra da nossa querida e combativa União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).

O acontecimento foi no 20° Congresso da UBES que aconteceu entre 21 e 24 de abril de 1967, em plena clandestinidade e às vésperas do AI-5, congresso esse que elegeu para presidência da entidade Tibério Canuto. Coincidentemente poucos meses depois em 8 de outubro do mesmo ano o 'Che' é preso e assassinado pela turma da CIA na mata Boliviana.

O interessante é que o fato é mais uma prova de que os estudantes secundaristas brasileiros, capitaneados pela UBES, sempre discutiram as importantes questões políticas do país e do mundo. Enquanto isso ainda tem diretor de escola que diz que "os 'meninos' ainda são muito imaturos para participar do movimento estudantil". Fala sério, os estudantes brasileiros poderiam dar uma aula de cidadania e coragem pra lutar pelos seus direitos a muitos professores e diretores por aí!

Segue abaixo um documento da época do 20° Congresso da UBES em 1967 falando do congresso e da escolha do 'Che' para presidência de honra da entidade. A responsável pelo resgate dessa relíquia dos estudantes brasileiros é a ex-diretora da UBES e coordenadora do projeto de memória da entidade, Raisa Marques.
Valeu Raisa!


Viva os 60 anos da UBES!
Viva o eterno guerrilheiro Che Guevara!

domingo, 24 de maio de 2009

'O Capital' em 'Mangá' vira best-seller no Japão

O Partido Comunista do Japão, proibido antes da 2º Guerra Mundial e, depois, considerado um pequeno grupo, está crescendo à medida que a crise econômica se aprofunda no país. Um "mangá" (nome dado às histórias em quadrinhos japonesas) sobre O Capital de Karl Marx transformou-se em best-seller em todo o país; e um conto do período entre guerras sobre a exploração dos trabalhadores vem ganhando novos leitores.

Apesar de ser a segunda economia do mundo, o Japão está assistindo ao surgimento de um movimento jovem que questiona o sistema capitalista, no momento em que sua economia sofre a pior recessão desde 1945, com megaempresas no vermelho eliminando empregos.

A desilusão com os partidos políticos tradicionais e com os sindicatos tem feito com que o partido cresça a um ritmo de mil novos adeptos por mês, enquanto seu jornal Bandeira Vermelha é lido por mais de 1,6 milhão de pessoas, segundo dirigentes.

"Este é o segundo país capitalista", afirmou Kimitoshi Morihara, vice-presidente do escritório internacional do partido.

"Mas agora a situação é bastante difícil, particularmente para os jovens", continuou.

A desregulamentação do mercado de trabalho tem facilitado as empresas a empregar e demitir trabalhadores, e o tradicional emprego japonês para a vida toda deu lugar à incerteza e aos salários menores para a última geração que entrou no mercado de trabalho.

O Partido Comunista Japonês, fundado em 1922, foi legalizado depois da 2ª Guerra Mundial.

Atualmente é o quarto partido do país, mas está ganhando adeptos, enquanto os dos demais partidos estão caindo.

E isso está sendo notado nas ruas.

A manifestação do 1º de Maio em Tóquio, organizada pelo partido, atraiu 36 mil pessoas, muitas delas jovens.

A versão "mangá" de O Capital é um best-seller, assim como Kanikousen, do escritor comunista Takiji Kobayashi, que descreve a brutal exploração dos trabalhadores.

A versão cinematográfica estreia neste verão (no Hemisfério Norte) com a atuação do ator Ryuhei Matsuda.

Fonte: O Outro lado da Notícia

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Canindé depois das chuvas...

Estive ontem em Canindé, junto com a Patricia e o Adylson, para acompanhar o congresso de reconstrução da UMESC. Processo que se iniciou ainda no ano passado quando fizemos um debate sobre o movimento estudantil e que foi colocada pelos estudantes a necessidade de um acompanhamento através de uma entidade municipal.

Chegamos em cima da hora ao município, da rodoviária fomos direto ao Colégio Frei Policarpo onde aconteceria o congresso, com um pequeno 'pit-stop' na escola de educação profissional de Canindé para conversar um pouco sobre a construção do grêmio estudantil de lá. No Frei Policarpo a galera já tava na pilha pra começar o congresso quando a gente chegou.

Nos organizamos na sala 06 da escola e começamos um rico momento de debate sobre o movimento estudantil, a necessidade do jovem se organizar para lutar pelos seus direitos e as bandeiras de luta atuais do movimento estudantil.

Houve a eleição entre duas chapas, saindo vitoriosa a chapa Juventude em Ação, encabeçada pelo companheiro Gabriel Ribeiro da escola Paulo Sarasate, após alguns minutos de comemoração da moçada, tive a honra de empossar a nova diretoria da UMESC e convocar os estudantes de Canindé à luta pela reserva de vagas nas universidades públicas cearenses, assim como a luta pela expansão delas.

Hoje pela manhã ainda fomos na escola de educação profissional de Canindé e nas rádios do município apresentar a nova diretoria da UMESC aos cidadãos canindeenses. Aos companheiros que compõem a diretoria da UMESC, e em especial ao novo presidente Gabriel, fica aqui a mensagem de força e de muita disposição para enfrentar as batalhas do movimento estudantil.

Boa luta moçada, até a próxima!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Carlos Augusto Diógenes, o Patinhas, convida para sessão da Comissão de Anistia Wanda Sidou

A Comissão Especial de Anistia Wanda Sidou julga nesta quinta-feira, dia 21, às 8h30, no auditório da Reitoria da Universidade Federal do Ceará, o pedido de indenização para a família do ex-guerrilheiro do Araguaia Bergson Gurjão Farias.

Bérgson era estudante de Química na Universidade Federal do Ceará (UFC), vice-presidente do DCE eleito em 1968. Foi preso no Congresso da UNE em Ibiúna e, em 1968, excluído da universidade com base no Decreto-lei 477.

Em 1968, no Ceará, foi gravemente ferido na cabeça quando participava de manifestação estudantil na Praça José de Alencar. Em 1969, foi residir na região de Caianos, onde continuou suas atividades políticas. Em 08 de maio de 1972, foi ferido e morto em combate nas selvas do Araguaia.

Na Secretaria Especial de Direitos Humanos, em Brasília, existem restos mortais de possíveis guerrilheiros do Araguaia, havendo indícios de um deles ser do cearense Berson Gurjão.

O julgamento será público e o PCdoB convida democratas, militantes e amigos que conviveram com Bérgson no período de 64/68 para esta sessão histórica da Comissão de Anistia Wanda Sidou.

Carlos Augusto Diógenes Pinheiro
Presidente PCdoB/CE

2010 e os tucanos...


Charge de Duke para o jornal O Tempo

O crack fugiu da favela

*Por Regina Abrahão

Historicamente a humanidade fez uso de alcalóides diversos, que em níveis variados alteram a percepção e os sentidos, com múltiplas finalidades. Drogas foram usadas no intuito de facilitar a intermediação com o divino, provocar previsões, induzir transes coletivos e como elemento de confraternização.

A Bíblia faz citações ao uso do vinho; folhas de tabaco e de coca eram usadas já há mais de cinco mil anos nas Américas. Pouco depois, índios da América Central descobrem o potencial alucinógeno de determinados tipos de cogumelos, enquanto a maconha na mesma época era consumida na Europa central, Egito e China.

Em seguida alguém reparou que as alterações provocadas pelo uso de drogas poderiam ter outras finalidades, como facilitar condicionamento coletivo em soldados em guerra, aguçando a agressividade ou neutralizar a capacidade de reação de populações. Relatos de soldados bêbados ou drogados existem desde a antiguidade. O vocábulo assassino deriva de hashshishin, que significa fumador de haxixe, hábito de um grupo de soldados árabes extremamente violentos que atuou até meados do século 13.

Outras guerras e outras drogas seguiram-se, como a Guerra do Ópio, onde a Inglaterra impôs a liberação do comércio desta droga na China, oriunda da Índia (o que culminou com a dominação inglesa sobre a China). A morfina foi amplamente utilizada durante guerras do século 19, como a Guerra Civil dos EUA (1861-65), a Guerra Austro-Prussiana (1866) e a Franco-Prussiana (1870-71).

Anfetaminas, chamadas pelo exército alemão de “Droga Milagre” foram largamente consumidas durante a Segunda Guerra Mundial. O exército aliado, por sua vez, recebia além das anfetaminas tabaco e álcool. O cigarro teve a partir desta época seu pico de consumo. Mais tarde, no Vietnam, cerca de 30 mil soldados retornaram aos EUA dependentes de heroína. A idéia original era popularizar o uso desta droga para a população, que não aderiu ao uso como previsto. Ao contrário, foram os soldados estadunidenses, pressionados pelos horrores da guerra que tornaram-se viciados. No fim da guerra, a heroína popularizou-se nos EUA. Situação semelhante ocorre hoje no Afeganistão, onde rígidas regras de conduta religiosa impedem que parte da população faça uso de
álcool ou drogas, ambos largamente usados por soldados de tropas
européias e estadunidenses.

Permitido, proibido, incentivado ou dissimulado, o uso de drogas não pode ser visto dicotomicamente como deslize moral ou estilo de vida. A função da droga na sociedade, seu lugar no ranking mundial como segundo negócio mais rentável, seu poder de empossar e destituir governos é inegável. Isto em se tratando apenas das drogas ilícitas, lembrando que o consumo de álcool, tranqüilizantes, antidepressivos, tabaco e anorexígenos superam, e muito, o consumo das drogas ilegais.

O poder da indústria farmacêutica e o desenvolvimento de novas panacéias capazes de anestesiar quaisquer sofrimentos humanos, o estabelecimento de limites entre o legal e o ilegal neste tipo de situação ignora princípios da ética médica.

O apelo social do capitalismo, com sua ênfase no ''ter'' ao invés do ''ser'' é
um campo fértil para a disseminação das chamadas drogas duras. Não por acaso, a popularização do uso da cocaína deu-se na década de 80, justamente a década perdida, do culto ao individualismo, dos yupies em contraposição aos hippies. Logo depois surge o crack como subproduto, destinado as classes D e E, justamente por causa de sua letalidade e baixo preço.

Por algum tempo o crack ficou restrito aos guetos das grandes cidades. Atingindo principalmente adolescentes pobres, aumentando tanto os índices de criminalidade quanto a crueldade e banalidade dos atos infracionais praticados. O preço da vida, para um dependente em abstinência, pode ser o preço de uma dose. Pouco tempo atrás, em Porto Alegre, a crônica policial noticiou o assassinato de um rapaz por sua mãe. 24 anos, filho único, loiro, classe média alta, viciado em crack e histórico com mais de 10 internações, além de condenações policiais por pequenos furtos e longa lista de agressões a familiares e conhecidos.

A disseminação desta nova droga, ao sair da favela e invadir bairros nobres provocou na sociedade uma “comoção” diferente de antes. O
rapaz loiro, classe alta, assassinado pela mãe, ganhou notoriedade, chocou o estado e foi notícia nacional. Mas qualquer breve pesquisa nos leva a dezenas de casos similares anteriores, de rapazes e moças, só que nem tão loiros, e em e vilas populares, a maioria com bem menos que 24 anos, assassinados por pais ou mães, abandonados, sem moradia, sem escola, sem leitos para tratamento, sem perspectiva nenhuma maior do que a morte próxima.

Seria demais pensar nas centenas ou milhares de jovens adolescentes viciados em crack que morrem todos os dias e sequer fazem parte das estatísticas? De crianças que hoje já são dependentes? De crianças geradas por mães usuárias, e todas as complicações decorrentes? Seria paranóia esquerdista pensarmos no crack como política de extermínio para esta incômoda parcela excedente da população? Afinal, para eles faltam vagas em quase tudo... escolas, trabalho, assistência médica e social, lazer, profissionalização. E isto tudo tem um alto
custo social, e particular, refletido nas grades, na segurança privada, nos presídios lotados. É a falência do deus mercado gerindo a sociedade.

O faturamento da indústria farmacêutica mundial em 2007 atingiu a cifra de 300 bilhões dólares, e esta área é justamente uma das que mais recebe investimentos para pesquisa. Qual a dificuldade, então, para que sejam desenvolvidos medicamentos de combate à dependência química? Quais as terapias que realmente funcionam, no combate à dependência? O que dizer das “fazendas” terapêuticas, dirigidas por religiosos sem formação médica, em regime quase militar? O que fazer, então, uma vez que, sabidamente, a rede pública comprovadamente não consegue suprir a demanda?

Pelo que dizem médicos e especialistas em drogadição, ela não tem cura, tem apenas controle e estagnação, com acompanhamento e tratamento. Isto relacionado a maioria das drogas, excluindo-se delas o crack nos estágios finais. Então: O que fazer com esta parcela de já usuários crônicos? Como impedir que mais e mais jovens sejam usados pelo sistema através de suas drogas lícitas e ilícitas, atrás de uma perspectiva ilusória de vida? Sim, por que o crack hoje é epidêmico, mas novas drogas são criadas a cada momento, dependendo da
rentabilidade, da perspectiva do consumo e do uso que pode ser feito delas.

Parece repetitivo. Cansativo. Mas a resposta, repetida cansativamente, e infelizmente não ouvida, salta aos olhos e não é vista: enquanto o capitalismo for o sistema dominante, serão estas e outras agruras a alimentar os sonhos de parte de nossa juventude, e a anestesiar o que bem poderiam ser as dores da revolta de toda uma civilização amordaçada.

*Regina Abrahão, é do Rio Grande do Sul, funcionária pública estadual, dirigente de políticas sociais do Semapi, da CTB e do PCdoB de Porto Alegre, coordenadora do núcleo Cebrapaz, estuda Ciências Sociais na UFRG.

É Tudo Nosso! Um Filme de Toni C. - Parte 01



Semanalmente traremos novos capítulos de todo o filme, É Tudo nosso! O Hip-Hop Fazendo História. Maior documentário de hip-hop da históra, A HISTÓRIA DO HIP-HOP EM VíDEO.

domingo, 17 de maio de 2009

Charge do Bira para o Charge Online

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Comitê pela redução da tarifa de energia é lançado na Assembléia

Foi lançado nesta sexta-feira (15/05), na Assembléia Legislativa, o Comitê Popular pela Redução da Tarifa de Energia Elétrica. A entidade é formada pela Federação de Bairros e Favelas, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, União Nacional dos Estudantes, Sindeletro, e ainda pelas assessorias dos deputados estaduais Lula Morais (PCdoB) e Artur Bruno (PT), do deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE) e do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE).


O ato, realizado no Comitê de Imprensa da Assembléia, marcou também o apoio ao pedido de CPI para investigar as causas dos reajustes acima da inflação da energia elétrica. De acordo com Lula Morais, proponente da comissão, “será a CPI Pela Redução da Tarifa de Energia Elétrica”. Durante o evento, ele afirmou ainda que a classe empresarial está momentaneamente alinhada com os objetivos desse trabalho, já que a tarifa está prejudicando também o setor produtivo.

O parlamentar informou ainda que o parecer da Procuradoria da Assembléia sobre a constitucionalidade da matéria deverá ser concluído na próxima segunda-feira “e ao que tudo indica será favorável”. Lembrou que 41 dos 46 deputados assinaram o requerimento pedindo a instalação da CPI, e que os demais só não apuseram assinatura porque não se encontravam na sede do Legislativo quando a proposição foi apresentada.

Lula Morais disse que deverá ser o relator escolhido pela bancada majoritária, por ter sido o autor da matéria. “A presidência deverá ser entregue à bancada do PSDB, a segunda maior na Assembléia”, frisou.

O primeiro ato da CPI, conforme avisou, será uma audiência com o governador Cid Gomes, já que o Estado é signatário do contrato que permite a Coelce compor no preço da tarifa de eletricidade a produção de energia a gás, mesmo que a usina a gás instalada no Ceará não tenha produzido um único Kilowatt. Segundo Lula Morais, somente o rompimento deste contrato permitiria a redução imediata do preço da tarifa em 20%.

O deputado Dedé Teixeira (PT), que também participou do ato, parabenizou a criação do comitê e considerou que a luta pela redução da tarifa será árdua. Segundo ele, o foco deve ser a Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Ceará (Arce), que não estaria cumprindo com a missão de defender os consumidores de preços abusivos.

O deputado federal Chico Lopes revelou que somente no primeiro trimestre deste ano, a Coelce registrou uma elevação do lucro de 60%, cerca de R$ 80 milhões, em um período onde até os bancos tiveram retração de lucros, após um período de expansão de 30 anos. “E isso aconteceu quando ainda não foi computado o último aumento de mais de 11 por cento”, acentuou o parlamentar.
JS/CG

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social da AL
comunicacao@al.ce.gov.br

Essa nossa justiça em...

Nota do movimento social cearense em repúdio a recusa do Juiz da 4ª Vara Federal, José Vidal, da ação civil da OAB-CE pedindo a redução do aumento da tarifa de energia.

REPUDIAMOS O INDEFERIMENTO DA AÇÃO CIVIL DA OAB PELA REDUÇÃO DA TARIFA DE ENERGIA


Face ao aumento da tarifa de energia em 11,25% por parte da Companhia Energética do Ceará (Coelce), autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que onera os consumidores de energia e deve surtir impacto negativo na economia do Estado, a Ordem dos Advogados do Brasil-Ceará (OAB-CE) moveu uma ação civil pública, no último dia 19, pedindo que a Justiça Federal reduza para 6,06% o aumento das tarifas da citada Companhia, valor equivalente ao Índice Geral de Preços ao Consumidor (IGP-M). Nada mais natural que uma ação desse tipo frente ao assintoso aumento e é de se esperar mesmo que uma entidade com o histórico que a OAB tem sinta-se no dever de agir de tal maneira.

Mas o juiz da 4ª Vara Federal, José Vidal, não parece pensar assim, pois ele foi responsável pela recusa da ação civil impetrada pela OAB, alegando que a entidade não tem legitimidade para impetrar ações civis públicas contra a Coelce e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por ter que circunscrever suas ações apenas aos interesses dos advogados – como se estes não consumissem energia também.

Tal atitude causa surpresa uma vez que não foi essa a posição da mesma Justiça Federal do Estado quando em maio de 2005 acatou outra ação civil pública da Ordem também pedindo a suspensão de reajuste e que a concessionária se limitasse a aplicar o Índice Geral de Preços (IGP-M), tal como foi o pedido agora negado. Tal recusa à ação da entidade e a justificativa apresentada vão na contramão a outras decisões pelo Brasil a fora. O exemplo talvez mais célebre seja justamente quando a OAB pediu o impeachment de Fernando Collor em 1992.

"A decisão surpreendeu a todos", disse Hércules do Amaral, presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-CE. Amaral asseverou: “vamos defender o óbvio, que a OAB tem legitimidade para entrar com ações civis públicas em favor do patrimônio público, do meio ambiente e dos direitos dos consumidores”, citando o que prevê o artigo 44 do Estatuto da OAB, regido pela lei 8906/94. que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a OAB. Essa lei define como um dos objetivos da Ordem "defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas" e prevê que compete ao Conselho Seccional (a OAB-CE, no caso) ajuizar ação civil pública, na defesa de interesses difusos de caráter geral e coletivos e individuais homogêneos, portanto podendo incluir interesses gerais dos cidadãos, independente de serem associados à Ordem ou não.

O aumento abusivo da tarifa de energia se dá em meio a um processo em que a OAB identificou ilegalidades e em que se discute inclusive a instalação de uma CPI na Assembléia Legislativa. Está se querendo passar a conta de um contrato suspeito para o bolso dos consumidores. De forma que só podemos repudiar a atitude equivocada do juiz José Vidal em recusar o pedido da OAB-CE e nos solidarizarmos com essa entidade a qual reconhecemos como legítima representante de interesses sociais e comuns para além da categoria dos seus associados.

COMITÊ POPULAR PELA REDUÇÃO DA TARIFA DE ENERGIA

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