quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

O mundo com 100 pessoas, retrato da desigualdade no capitalismo



Se o mundo tivesse 100 habitantes como seria? Este vídeo responde esta questão e suscita outras. Campanha da UNDP premiada em Cannes.

'Mega da Virada' e aí já comprou a sua?


Com um prêmio de cerca de 120 milhões de reais a Caixa Econômica Federal deve pagar no último dia do ano o maior prêmio da história do país. Neste concurso o prêmio não é cumulativo, ou seja, a chance é única... Ainda dá tempo de correr e fazer a sua aposta! Vamos lá também vou fazer a minha...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A vida de um Ex...

Desde o último dia 21 de novembro, quando se encerrou o 2° Congresso da ACES, comecei a viver a vida de Ex... Logo depois no dia 13 de dezembro, numa tarde de domingo, em BH, rolou a plenária final do 38° Congresso da UBES e eu encerrava ali a minha tarefa desses últimos 2 anos. Um misto de sensação de dever cumprido, saudade, alívio e um monte de outras coisas começou a passar por minha cabeça.

A volta a Fortaleza não foi das mais fáceis, o dinheiro era algo escasso e a fome perseguia cada um de nós... Além das pessoas com dores de cabeça, garganta e da 'história da mulher do almoço'. Na chegada no início da noite de terça a dor no estômago incomodava, algo tipo azia, fome sem vontade de comer. Depois de todos resolverem suas vidas, voltei para casa.

A idéia central era começar a organizar a vida sem a UBES... Uma das primeiras atitudes foi entrar na comunidade "PrevUBES" no Orkut, mudar a descrição nos perfis do twitter, blog, orkut. E aí o saudosismo começara a atacar, as lembranças iam e voltavam a cabeça... cada sala de aula visitada, cada panfletagem, cada passeata, debate, confusões.

O que restara no final foi um bom sentimento. A certeza de que esses dois anos de dedicação a luta dos estudantes secundaristas foram os melhores dois anos da minha vida. Não só pela contribuição dada aos estudantes, mas também pelo crescimento que só a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas é capaz de oferecer a um jovem brasileiro.

O que tenho a desejar para cada jovem que assumirá a UBES para essa próxima gestão é muita disposição, coragem, ousadia e sorte. Não desanimem 1 minuto sequer, pois 'ser UBES' é uma oportunidade que aparece em nossa vida que nós não temos o direito de desperdiçar. Honrem esses 61 anos de uma história de lutas e defesa do Brasil!

Chegamos então, ao final de mais um ano. Nas minhas contas apesar de ter entrado para o time dos "Ex" tivemos um 2009 muito positivo. No movimento estudantil realizamos com êxito CONEB, Bienal, CONEG e Congresso da UNE; o Congresso da ACES; CONEG e Congresso da UBES; participamos do FSM 2009. Os sindicalistas da CTB realizaram seu 2° congresso com grande participação dos trabalhadores. O PCdoB saiu fortalecido de seu 12° Congresso e o Ceará Sporting Club voltou a elite do futebol nacional. Enfim, 2009 foi um ano vitorioso, que o ano vindouro seja ainda melhor!

Boas Festas e Viva a UBES!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

E o Pré-Sal...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Ai que saudade d'ocê...



Não se admire se um dia, um beija flor invadir
A porta da tua casa, te der um beijo e partir
Foi eu que mandei o beijo que é pra matar meu desejo
Faz tempo que eu não te vejo, ai que saudade di ocê

Se um dia ocê se lembrar, escreva uma carta pra mim
Bote logo no correio, com frases dizendo assim
Faz tempo que eu não te vejo, quero matar meu desejo
Lhe mando um monte de beijo ai que saudade sem fim

E se quiser recordar aquele nosso namoro, quando eu ia viajar
Você caía no choro, eu chorando pela estrada, mas o que eu posso fazer
MILITAR é minha sina, eu SOU DO PCdoB!

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Definitivamente Vamo Subir Vovô!

Com mais uma brilhante vitória hoje por 2 a 0 em cima do Bragantino a massa alvinegra não tem mais dúvidas e solta o grito! "E nínguem cala, esse nosso amor. E, é por isso que eu canto assim, VAMO SUBIR VOVÔ!"



Simbora Vozão!

domingo, 25 de outubro de 2009

Entrevista de Hugh Hefner ao The New York Times

Aos 83 anos, o senhor da Toca da Coelhinha avalia seu legado

Hugh Hefner se recostou em uma poltrona namoradeira vermelha surrada, no escritório de sua mal-afamada mansão, e cruzou os dedos atrás da cabeça. Um visitante havia perguntado - ou melhor, gritado, já que ele tem dificuldade para escutar - algo sobre mortalidade.

Aos 83, ele pensa nisso? Em uma palavra, não. Hefner, o lendário fundador da "Playboy", o profeta do hedonismo, não acredita que seu fim esteja próximo.

Ele também não age dessa maneira. Ainda trabalha o dia inteiro em sua revista, voa para a Europa e Las Vegas, toma Viagra, visita clubes noturnos com suas três namoradas-companheiras - todas jovens o suficiente para serem suas netas - e está trabalhando em um filme com o produtor Brian Grazer.

"Esta é uma das melhores épocas da minha vida", ele disse, sorrindo, de pijama e chinelos. "É ainda melhor e mais rica do que as pessoas pensam."
Você quer acreditar nele, mas é difícil ignorar a realidade de seus negócios. A Playboy Enterprises, abalada por uma paisagem da mídia em mutação, está precisando de reforço. Na terça-feira (20), a revista disse que reduziria o número de sua circulação garantida aos anunciantes de 2,6 milhões para 1,5 milhão. A empresa apresentou prejuízo em sete trimestres consecutivos.

E, talvez mais chocante, a companhia disse no início deste ano que avaliaria ofertas de aquisição, algo que era considerado impensável enquanto Hefner ainda vivesse.

Hefner sabe que toda boa festa tem de acabar, e há muito tempo comprou uma cripta ao lado da de Marilyn Monroe em um cemitério de Los Angeles. Em entrevistas ao longo dos anos, ele falou sobre como a vida não teria sentido sem a revista. "Se eu a vendesse, minha vida estaria terminada", disse. Mas talvez esteja mudando de idéia: "Estou levando mais a sério o fato de que não tenho mais 30 anos. Preciso pensar na continuidade da revista".

Ame-o ou odeie-o, ninguém duvida da influência de Hugh Hefner na história cultural dos EUA. Como editor de revista, ele essencialmente fez para o sexo o que Ray Kroc fez para as lanchonetes de beira de estrada: limpou-o para uma classe média em ascensão.

Como uma força cultural, porém, Hefner ainda divide o país - 56 anos depois da primeira edição da "Playboy". Para seus seguidores, ele é o grande libertador sexual que ajudou a alforriar os americanos do puritanismo e da neurose. Para seus críticos, incluindo muitas feministas e conservadores, ele ajudou a implementar uma revolução nas atitudes sexuais que as transformou em objetos, fez de vítimas inúmeras mulheres e promoveu um estilo de vida imoral, somente de prazeres.

Hefner admite as consequências sombrias daquilo que ajudou a criar, mas diz que "é um pequeno preço a pagar pela liberdade pessoal". "As pessoas nem sempre tomam boas decisões. As verdadeiras obscenidades neste planeta têm muito pouco a ver com sexo", ele disse, acrescentando que "não é uma época romântica".

Menos romântica e - com a pornografia online disponível à vontade e conversas detalhadas sobre sexo, inclusive no próprio programa de Hefner na TV, "The Girls Next Door" [As vizinhas] - é uma época que faz os ideais da Playboy parecerem tímidos.

Hefner - que usa a palavra "gato" para descrever a si mesmo, como em "eu sou o gato mais sortudo do planeta" - não tem uma idéia muito positiva da paisagem cultural de hoje. "Eu sinto intensamente que hoje a cultura pop é uma sopa mais rala", ele disse. "Costumava ser um mingau grosso."

Ao mesmo tempo, tenta ser um participante ativo. Enquanto a revista ainda é editada amplamente em Chicago, Hefner aprova "cada Playmate, cada capa, os quadrinhos e as cartas". Trabalhando em um escritório em casa ou na cama, cuja colcha de pele de quati da Tasmânia dos anos 1970 foi trocada por uma de seda e veludo, Hefner ajudou a conduzir a recente decisão de comprar um trecho de 5.000 palavras do romance inacabado de Vladimir Nabokov, "The Original of Laura", para uma próxima edição.
Suas namoradas-companheiras recentemente o ensinaram a usar o Twitter. ("Eu vou jogar baralho hoje à noite" foi um tweet recente.) Ele adora o seriado da HBO "True Blood". Recentemente, filmou um comercial de Guitar Hero segurando o cachimbo que abandonou depois de sofrer um pequeno infarto em 1985.

Ele também sofreu humilhações pessoais. Antigas namoradas, incluindo as que apareceram em "The Girls Next Door", o retrataram em entrevistas e em um livro como um maluco por controle que impõe um toque de recolher às 21h.

A própria mansão já teve dias melhores. Durante uma visita em julho, a casa de jogos (que tem um quarto inteiro forrado por um colchão) cheirava a mofo, enquanto a gaiola de pássaros precisava de uma faxina. Aquela famosa gruta com Jacuzzis de diversas profundidades parecia mais um tanque fétido de zoológico do que um palácio do prazer (embora as prateleiras próximas estivessem estocadas com enormes frascos de óleo para bebês Johnson's).

Em março, com o mercado imobiliário em queda livre, Hefner colocou à venda a casa de sua ex-mulher, vizinha à Mansão Playboy, por US$ 28 milhões. Foi comprada em agosto por US$ 18 milhões. Hefner, que se separou de Kimberly Conrad Hefner em 1998, pediu o divórcio no início de setembro; ela o está processando e alega que lhe deve US$ 4 milhões segundo um acordo pré-nupcial e pela venda da casa.

A equipe de Hefner insiste que o dinheiro não está apertado, mas uma série de ações faz parecer que sim. O "Los Angeles Business Journal" relatou no ano passado que a equipe de funcionários da mansão foi reduzida. As pessoas hoje podem comprar ingressos para suas festas (até US$ 10 mil por pessoa) que antes eram só para convidados, mas que continuam sendo uma parte vital da animação da marca Playboy.
"Nem sempre é tão excitante quanto as pessoas pensam", disse Holly Madison em uma entrevista no outono passado. Ela viveu com Hefner durante sete anos como sua "namorada número 1", até que rompeu com ele no último outono.

Richard Rosenzweig, que trabalha na Playboy desde 1958 e detém diversos cargos, suplicou para discordar. "Este é um lugar muito inspirador", ele disse em uma entrevista na sala de jantar de Hefner. "Todo mundo quer vir aqui."

Quando o relacionamento com Madison terminou, Hefner disse que recebeu cartas de mulheres de todo o mundo implorando para substituí-la. "Elas subiam nos portões", ele disse, sorrindo. Hefner escolheu três novas namoradas-companheiras: Crystal Harris, de 23 anos, e as gêmeas Kristina e Karissa Shannon, de 20.

Apesar de sua atitude mais falante, Hefner claramente está pensando em seu legado. Ultimamente tem se debruçado sobre seus cadernos de notas, que mantém desde a infância e hoje chegam a mais de 2.000. O material inédito deles - seu primeiro cartão de biblioteca, quadrinhos desenhados por ele e fotos - vão formar o núcleo de uma "biografia ilustrada" de 3.500 páginas em seis volumes, da editora Taschen. Somente 1.500 exemplares dessa obra gigantesca serão vendidos a US$ 1.300, a partir do mês que vem.

Pela primeira vez Hefner também concedeu acesso ilimitado a uma cineasta documentarista, Brigitte Berman, que recentemente concluiu "Hugh Hefner: Playboy, Activist and Rebel" que estreou no Festival Internacional de Cinema de Toronto.

E uma grande cinebiografia de Hollywood está sendo finalmente acelerada. Grazer se reuniu há pouco tempo com a roteirista Diablo Cody para discutir o projeto, disse Hefner. Brett Ratner (mais conhecido pelos sucessos de bilheteria "A Hora do Rush") foi contratado para dirigir. Robert Downey Jr. manifestou interesse em interpretar Hefner.
"Ele é um intelecto da mais alta ordem que influenciou toda a cultura mundial de maneira intensa - e essa influência é drasticamente subvalorizada", disse Grazer.

De fato, alguns de seus velhos amigos temem que certas conquistas que eles admiram - criar um ícone cultural (a Coelhinha da Playboy), apagar limites raciais (através da inclusão de artistas negros em seus clubes) e seu apoio a muitas causas feministas, incluindo o direito ao aborto e a Emenda pela Igualdade de Direitos - estejam se perdendo.

Hefner também se preocupa com isso. "Nós literalmente vivemos em um mundo muito diferente, e eu influí para torná-lo dessa maneira", ele disse. "Os jovens não sabem disso."

Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Aula de Combatividade com Zezinho do Araguaia

Essa foto foi tirada pelo Carlinhos, momentos após o encerramento do velório do camarada Bergson, nos jardins da reitoria da UFC. Na ocasião a moçada da UJS acabara de entoar palavras de ordem em memória ao Bergson e aos bravos combatentes do Araguaia. Eis que chega Zezinho do Araguaia, sobrevivente da guerrilha, e nos chama para um papo, onde fala das angustias de sua geração e nos dá a tarefa de ser a geração da consciência de classe do povo brasileiro.

Como para nós, tarefa dada tem que ser tarefa cumprida, vamos em frente na luta por dias melhores para o nosso povo, por dias de igualdade, fraternidade, oportunidades, pão e poesia. Com a certeza de que honraremos a memória de nossos heróis como Bergson Gurjão, Teodoro de Castro, Jana Barroso, Custódio Saraiva e tantos outros.

Viva Bergson Gurjão Farias! Herói do povo brasileiro.
Salve camarada Zezinho do Araguaia! A luta continua companheiro!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

UJS, 25 anos de rebeldia!

*Por Ivina Carla

Um dia eu estava panfletando numa escola e um garoto de uns 16 anos parou, olhou o material (adesivos de campanha) e perguntou: O que é UJS? Então eu lembrei que quando me falaram da UJS, eu fiz a mesma pergunta. Eu não tinha acesso à Internet, que talvez fosse o meio mais prático de chegar até a resposta naquele momento.

Com muita emoção eu digo e reafirmo o que é essa organização juvenil, da mesma forma que disse ao garoto. Hoje com 25 anos, é um dos instrumentos de transformação social imprescindível para o Brasil. De jovens lutadores, que acordam cedo, dormem tarde e têm convicção dos ideais defendidos nas batalhas que enfrentam dentro de escolas, sindicatos, universidades.

Essa moçada passa por cima do saudosismo de muitos, com vários exemplos de resistência, debatendo as ideias que na atualidade parecem ser utópicas, mas pra essa juventude não, é possível! Basta olhar para o lado e querer enxergar o tanto de mazelas sociais que são ofertadas pelo capitalismo, pra ter a sensibilidade de que é preciso outra sociedade. A UJS tanto tem essa sensibilidade que afirma todos os dias o seu objetivo: O socialismo.

Hoje acordei e senti vontade de ouvir a música do "jovem curupira que pediu direta já..." e no Youtube vendo os slides, fotos de jovens que eu conheço e vários que não conheço, detectei a esperança, os sorrisos que essa moçada traz, que torna a UJS diferente de outras organizações. Lembrei que ontem um amigo e camarada me disse que nos tempos de chumbo, a juventude também sorria, que não perdia essa ternura e isso é mais do que necessário para aguentar o rojão de um processo árduo em busca de um outro mundo.

A União da Juventude Socialista é uma grande escola onde eu aprendi a ver a realidade de uma forma rebelde. Ela também me proporcionou conhecer pessoas combativas que até hoje são exemplos de ousadia e que agem como se ainda fossem da UJS, é engraçado isso! Você sai da UJS, mas ela nunca sairá de você. E se a "nossa linda juventude é página de um livro bom," essa juventude é esse magnífico livro, que os jovens do Brasil precisam ler e escrever a sua história para sentir o quanto é bom ser uma semente do Socialismo, como é prazeroso ser protagonista de uma história que não se apagará, como é sublime ser militante da União da Juventude Socialista!

*Ivina Carla é acadêmica de Jornalismo e militante da UJS há nove anos

domingo, 16 de agosto de 2009

Reporter Record hoje: Mais um round!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

UJS debate a participação dos estudantes cearenses na Guerrilha do Araguaia

No último sábado a UJS de Fortaleza apresentou o filme ‘Araguaya – A Conspiração do Silêncio’ logo em seguida aconteceu um debate sobre a participação dos estudantes cearenses na guerrilha, que contou com a participação do presidente do PCdoB no Ceará Carlos Augusto Diógenes, o Patinhas. A atividade foi marcada pela homenagem ao estudante cearense Bérgson Gurjão, que foi assassinado pela repressão do regime militar durante a guerrilha do Araguaia.

Num auditório com estudantes de diversas instituições de ensino entre elas UFC, UECE, UNIFOR, FAC, FIC, FA7 e FACE, além de secundaristas e lideranças de entidades do movimento social como a UNEGRO, o MOVÊ-LOS e a UBM. Flavio Vinicius, presidente da UJS Fortaleza, abriu o debate destacando “a importância dos jovens de hoje em dia terem conhecimento de fatos históricos como a guerrilha do Araguaia para que não se repitam em nosso país”. Falou ainda do golpe de estado que ocorreu em Honduras no ultimo mês e de suas condições, comparando-as com as condições “da década de 60 em que uma onda de golpes militares, financiados pelo imperialismo estadunidense, aconteceram na América Latina”.

Carlos Augusto Diógenes (Patinhas), iniciou sua intervenção falando da emoção que sente ao assistir aquele filme, de ver seus companheiros de movimento estudantil no meio da selva resistindo ao regime militar instaurado no Brasil, “a maioria dos guerrilheiros do Araguaia eram jovens, que enfrentavam a malária, a febre amarela e ainda os grileiros”, disse. Patinhas fez uma análise histórica da situação que viveu o país naqueles anos e falou da importância que teve a guerrilha para a redemocratização, pois, a resistência na cidade tinha sido dispersada pelo endurecimento do regime no final da década de 60 e inicio dos anos 70.

Citando depoimentos do Major Curió que afirmou que “na fase final da guerra 41 guerrilheiros foram executados a sangue frio, sendo todos decapitados”, Patinhas falou da necessidade da abertura dos arquivos do militares, pois para ele “o Araguaia ainda está para ser desvendado, mesmo com as declarações de Curió os arquivos militares não foram abertos e agora que conseguimos resgatar o segundo corpo”, falou referindo-se ao corpo do cearense Bérgson Gurjão que teve seus restos mortais identificados recentemente pela SEDH do Governo Federal.

Abertas as inscrições, vários jovens aproveitaram para fazer suas intervenções e perguntas, questionando Patinhas desde as condições dos guerrilheiros na mata, até os critérios que o partido usou no recrutamento dos guerrilheiros. Terminadas as intervenções a palavra foi passada novamente ao Patinhas, que respondeu os questionamentos, citou os outros cearenses que tombaram no Araguaia e finalizou falando da responsabilidade que os jovens de hoje tem com o futuro do Brasil, pois para ele, “a UJS segue erguendo a bandeira levantada por aqueles jovens guerrilheiros do Araguaia, a bandeira da liberdade, da justiça, do Socialismo!”

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

"Pra não dizer que não falei das flores"

Logo após a abertura do 51° Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE) os grandes meios de comunicação começaram os ataques à entidade. Falaram de tudo. Chegaram ao absurdo de afirmar que a UNE não representa mais os estudantes universitários brasileiros. Ora! Como pode uma entidade mobilizar mais de 2 milhões de estudantes no processo do seu congresso e não representá-los? Vai entender né...

Mas, nem tudo está perdido! O colunista do Diário do Nordeste, Lustosa da Costa, é um exemplo disso. Em meio a maré de ataques o jornalista sobralense foi bastante feliz em sua coluna do dia 23 de julho ao afirmar a coerência da UNE em defender a Petrobrás e a soberania nacional. E mais ainda quando cita a declaração do ministro da Educação Fernando Haddad em que o ministro afirma que "não foi a UNE que aderiu ao governo e sim o governo Lula que encampou suas bandeiras e as colocou na prática".

Enfim, o 51° Congresso da UNE foi o maior de sua história, os estudantes brasileiros elegeram o paulista e acadêmico da USP, Augusto Chagas, novo presidente da entidade. E a mídia do país pode bater a vontade porque se o movimento estudantil resistiu aos duros anos de regime militar não vai ser um punhado de reacionários desesperados que vão acabar com a UNE.

Devemos aplaudir atitudes sensatas como a do companheiro do Diário do Nordeste e garantir nossas mobilizações para que os estudantes mais uma vez joguem seu papel no sentido de fazer o Brasil avançar nas mudanças! Temos grandes batalhas pela frente e eu não tenho dúvidas de que estamos no caminho certo para alcançarmos grandes vitórias para os estudantes e para o povo brasileiro!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Debate: Os Estudantes Cearenses e a Guerrilha do Araguaia

Os Estudantes Cearenses e a Guerrilha do Araguaia

Em homenagem aos estudantes cearenses que lutaram na Guerrilha do Araguaia contra a Ditarura Militar, a UJS de Fortaleza exibirá o filme Araguaia - Conspiração do Silêncio, do diretor Ronaldo Duque. O filme narra a trajetória dos militantes do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) que lutaram nas selvas do Araguaia, na decada de 70, contra o regime militar. Logo após a exibição, haverá um debate sobre o movimento estudantil na década de 60 e 70 no Ceará com Carlos Augusto Diógenes (Patinhas), estudante da UFC e ativista do movimento estudantil daquele período.

Essa atividade tem como objetivo rememorar um dos momentos mais dramáticos da história do Brasil que foi a Ditadura Militar. Ao memos tempo, é uma oportunidade de homenagear os patriotas que tombaram na luta contra esse regime, a exemplo do cearense Bergson Gurjão, cuja ossada foi identificada recentemente pela Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) do Governo Federal.

Para a direção municipal da UJS de Fortaleza, exaltar a trajetória desses jovens que doaram suas vidas para a luta contra as injustiças é uma forma de manter erguida a bandeira da liberdade. Mais do que destacar seus atos, cabe a nossa juventude seguir o exemplo desses verdadeiros herois brasileiros para que as gerações futuras possam comemorar nossas conquistas e não mais chorar pela violência sofrida como em outros tempos.

Data: Sábado - 08 de Agosto
Local: Sede da UJS - Av. da Universidade - 3107
Horário:
14h00 - Filme: Araguaia - Conspiração do Silêncio
15h30 - Debate: O Movimento Estudantil na década de 60 e 70 no Ceará
Debatedor: Carlos Augusto Diógenes (Patinhas)

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Presidente da UNE responde aos ataques da mídia

O tratamento dispensado por parte da chamada grande mídia às organizações do movimento social no Brasil sempre foi o da desqualificação, criminalização e combate aberto. Com a UNE a situação não é diferente, mas houve, no último período, uma elevação no tom maldoso e até inescrupuloso com o qual esses veículos têm tratado a entidade que representa os estudantes universitários brasileiros.

A UNE acaba de sair do seu 51º Congresso, um dos mais importantes e o mais representativo da sua história. Mais de 2300 instituições de ensino superior elegeram representantes a este fórum, contabilizando as impressionantes marcas de 92% das instituições envolvidas, mais de 2 milhões de votos nas eleições de base e de 4 milhões e meio de universitários representados.

Nosso Congresso mobilizou estudantes de todo o país, que por cinco dias debateram o futuro do Brasil – a Popularização da Universidade, Reforma Política, Democratização da Mídia, Defesa do Pré-Sal, etc. Se a imprensa brasileira trabalhasse a favor da democracia, esses assuntos seriam manchete em todos os jornais, rádios e canais de televisão e a disposição da juventude em lutar por um país melhor seria divulgada.

No entanto, estes veículos nos dedicaram tratamento bem diferente nestas duas últimas semanas. Cumprindo com fidelidade o ensimanento de Goebbels – uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade – a mídia escandalosamente busca subterfúgios para atacar a UNE, taxando-a de governista, vendida, aparelhada e desvirtuada de seus objetivos. Com isso, tenta impor a todos os seus pontos de vista, sem qualquer mediação ou abertura para apresentar o outro lado da notícia.

Uma destas grosserias tem a ver com o recebimento de patrocínios de empresas públicas por parte da entidade. A UNE nunca recebeu recurso público para aplicá-lo no que bem entendesse. Recebe sim, e isto não se configura em nenhuma irregularidade, apoio para a construção de nossos encontros. Tampouco, estas parcerias comprometeram as posições políticas da entidade. Não nos impediu, por exemplo, de desenvolver uma ampla campanha – com cartazes, debates, passeatas e pronunciamentos – exigindo a demissão de Henrique Meirelles da presidência do Banco Central, que foi indicado por este mesmo governo. Não nos furtamos de apresentar nossas críticas ao MEC por sua conivência ao setor privado da educação, como no caso do boicote que convocamos ao ENADE por dois anos consecutivos.

Mas, onde estavam os jornais, as TV’s, rádios e revistas para noticiar essas manifestações? Reunimos, em julho de 2007, mais de 20 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios para pedir mudanças na política econômica do governo Lula e nenhuma nota foi publicada ou divulgada sobre isso.

Os mesmos jornais que se horrorizam com o fato de termos recebido recursos para reunir 10 mil estudantes de todo o Brasil não parecem incomodados em receberem, eles próprios, um montante considerável de verbas publicitárias do governo federal. Em 2008, as verbas públicas destinadas para as emissoras de televisão foram de R$ 641 milhões, já os jornais receberam quase R$ 135 milhões.

Ora, por qual razão os patrocínios recebidos pela UNE corrompem nossas ideias enquanto todo este recurso em nada arranha a independência destes veículos? A UNE desafia cada um deles: declarem que de hoje em diante não aceitam um centavo em dinheiro público e faremos o mesmo! De nossa parte temos a certeza que seguiremos nossa trajetória!

Com certeza não teremos resposta. Pois não é esta a questão principal. O que os incomoda e o que eles querem ocultar é a discussão sobre o futuro do Brasil e a opinião dos estudantes.

Não querem lembrar que durante a década de 90 os estudantes brasileiros – em jornadas ao lado das Centrais Sindicais, do MST e de outros movimentos sociais - saíram às ruas para denunciar as privatizações, o ataque ao direito dos trabalhadores e a ausência de políticas sociais. Que foram essas manifestações que impediram o governo Fernando Henrique Cardoso de privatizar as universidades públicas através da cobrança de mensalidades.

Não reconhecem que após a eleição do presidente Lula, a UNE manteve e ampliou suas reivindicações. Resultado delas, conquistamos a duplicação das vagas nas universidades públicas, o PROUNI e a inédita rubrica nacional para assistência estudantil, iniciando o enfrentamento ao modelo elitista de universidade predominante no Brasil. Insinuam que a UNE abriu mão de suas bandeiras históricas, mas esquecem que não há bandeira mais importante para a tradição da UNE do que a defesa de uma universidade que esteja a serviço do Brasil e da maioria do nosso povo!

Não se conformam com a democracia, com o fato de termos um governo oriundo dos movimentos sociais e que, por esta trajetória, está aberto a ouvir as reivindicações da sociedade.

A UNE não mudou de postura, o que mudou foi o governo e o Brasil e é isso que os conservadores e a mídia que está a serviço desses setores não admitem. Insistem em dizer que a UNE nasceu para ser ‘do contra’. Rude mentira que em nada nos desviará de nossa missão!

Saibam que estamos preparados para mais editoriais, artigos, comentários e tendenciosas ‘notícias’. Contra suas pretenções de uma sociedade apática, acrítica e sem poder de contestar os rumos que querem impor ao nosso país, eles enfrentarão a iniciativa criativa e mobilizadora dos estudantes na defesa de um novo Brasil. Há de chegar o dia em que teremos uma comunicação mais justa e equilibrada. A UNE e sua nova diretoria está aqui, firme e a disposição do verdadeiro debate de rumos para o Brasil!


Augusto Chagas
Presidente da UNE
* Artigo originalmente publicado no site da revista Carta Capital

quarta-feira, 1 de julho de 2009

É Tudo Nosso! Um Filme de Toni C. - Parte 05

Segunda parte do filme 'É Tudo Nosso! O Hip-Hop Fazendo História' produzido por Toni C. através do Ponto de Cultura Hip-Hop à Lápis.



Assista as outras partes do Filme:

Parte 01: É Tudo Nosso! Um Filme de Toni C. - Parte 01

Parte 02: É Tudo Nosso! Um Filme de Toni C. - Parte 02

Partes 03 e 04: É Tudo Nosso! Um Filme de Toni C. - Partes 3 e 4

domingo, 28 de junho de 2009

E vai chegando ao fim uma longa e vitoriosa campanha ao Congresso da UNE

Daqui há algumas horas no Diretório Central dos Estudantes da UFC estará acontecendo o credenciamento das atas do 51° Congresso da UNE. Momento em que as diversas forças políticas que atuam junto à União Nacional dos Estudantes colocaram o resultado de suas campanhas, entre os estudantes universitários de todo o estado, na mesa para a apreciação final de toda a documentação.

O credenciamento deve iniciar-se às 9h, a expectativa é que tenhamos uma reunião tranquila e sem muitos tencionamentos, pois, as eleições nas principais universidades do estado aconteceram nestas duas ultimas semanas e tiveram em seus processos eleitorais um clima de muita paz, resultado da maturidade que hoje vive o movimento estudantil em nosso estado.

Para a maioria o credenciamento é a parte final da primeira etapa de mobilização do Congresso da UNE, após isso, os esforços se somam no sentido de garantir o transporte para os delegados e suplentes eleitos nas IES de todo o estado, tarefa não das mais fáceis, mas, que tradicionalmente se resolve aos 48 minutos do segundo tempo para a viagem.

Depois de amanhã nos resta 'correr atrás' dos ônibus, mobilizar grandes pedágios para ajudar nas finanças durante a viagem e intensificar os debates e a preparação da bancada para o congresso. Temos o desafio de sair do 51° CONUNE com uma UNE unificada em bandeiras de luta bem definidas para que possamos mobilizar os milhares de estudantes em todo o país no sentido de aprofundar as transformações iniciadas com a eleição do governo do campo democrático-popular de Lula em 2002.

Democratizar radicalmente a universidade brasileira deve ter centralidade na atuação da União Nacional dos Estudantes nesses próximos dois anos, é necessário modificar as estruturas de decisão dentro das IES, a estudantada deve interferir diretamente em tais processos! A luta pelo investimento dos lucros no PRÉ-SAL na educação se faz urgente e deve aglutinar amplos setores da sociedade em torno dela, investir na educação é uma das formas mais eficazes de garantir que esse dinheiro ficará no país e de dizer de uma vez por todas que 'ninguém vai tirar o PRÉ-SAL do Brasil!'


É com a intenção de se construir um Congresso da UNE com o debate qualificado em que seja possível construirmos grandes bandeiras unitárias que nós da UJS convidamos todos os estudantes universitários cearenses a participar do Movimento da Unidade Vai Nascer a Novidade e ajudar assim na construção da UNE do tamanho do Brasil!!

Por fim, até para não me alongar demais, vou me despedindo por hoje. Aqui chove bastante e isso abre uma possibilidade de eu dormir mais do que devo e me atrasar para o credenciamento.


Viva o 51° Congresso da UNE

Até a vitória companheiros!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

É Tudo Nosso - Partes 3 e 4

Galera, fiquei uns dias sem postar aqui no Blog por isso vou colocar agora as partes 3 e 4 do Filme 'É Tudo Nosso' de Toni C.

É Tudo Nosso! Parte 3 - DJ


É Tudo Nosso! - Parte 4 - Graffiteiro

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Fidel destaca 'rebeldia' de líderes latinos na OEA

Em meio às discussões sobre a reintegração de Cuba à Organização dos Estados Americanos (OEA), o ex-presidente da ilha, Fidel Castro, publicou, nesta querta-feira, artigo no qual afirma que a entidade é ''cúmplice'' de crimes contra o seu país. Ao falar da postura dos países latino-americanos em defesa de Cuba, o líder cubano afirma que a ''rebeldia'' de tais aliados, ante a postura contrária dos Estados Unidos, é, ''em si, uma proeza''.

No texto, intitulado ''O Cavalo de Tróia'', Fidel acusa a OEA de ter apoiado ''o neoliberalismo, o narcotráfico, as bases militares e as crises econômicas.'' E diz que “em um momento ou outro, a totalidade dos países da América Latina foram vítimas das intervenções e agressões políticas e econômicas. Não há um só que possa negá-lo.”

O líder da revolução cubana elogia a ''rebeldia'' de políticos latino-americanos, que mantêm a postura de firme de não aceitarem que seja imposta qualquer condição para que Cuba retorne OEA. Segundo ele, o dia de ontem (2 de junho), ficará na história.

''Nunca se viu tanta rebeldia. A batalha é certamente difícil. Muitos países dependem do dedo indicador de uma mão do governo dos Estados Unidos, apontando para o FMI, o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, ou qualquer outra direção para punir rebeldias. Ter conseguido isso é já, por si só, uma proeza dos mais rebeldes'', coloca.

Segundo ele, Cuba, ''um pequeno país'', demonstrou que pode resistir ao bloqueio e avançar em muitos campos, inclusive cooperando com outros países. ''Cuba não é inimiga da paz, nem resiste ao intercâmbio ou à cooperação entre países de diferentes sistemas políticos, mas tem sido e será intransigente na defesa os seus princípios'', conclui.

Leia abaixo a íntegra do artigo:

Reflexões do companheiro Fidel

O Cavalo de Tróia

Rafael Correa, presidente do Equador, em visita a Honduras, na véspera da reunião da OEA, declarou: ''Eu creio que a OEA perdeu sua razão de ser, talvez nunca tenha tido razão de ser''. A notícia, transmitida por Ansa, acrescenta que Correa ''vaticinou 'a morte' desta organização, pelos muitos erros cometidos''.

Afirmou que ''os países do continente americano, por condições geográficas, não podem ser colocados todos no mesmo saco, e por isso o Equador popôs há vários meses a criação da Organização dos Estados Latino-americanos''.

''Não é possível que os problemas da região sejam discutidos em Washington. Devemos construir algo próprio, sem países alheios à nossa cultura, a nossos valores, incluindo, obviamente, países que inexplicavelmente foram separados do sistema interamericano, e me refiro ao caso concreto de Cuba... foi uma real vergonha e mostra a dupla moral que existe nas relações internacionais''.

Em sua chegada em Honduras, tanto ele quanto o presidente Zelaya, declararam que a ''OEA deve ser reformada e reincorporar Cuba, ou, do contrário, terá que desaparecer''.

Outro despacho, da agência DPA, afirma:
''A reintegração de Cuba na Organização de Estados Americanos (OEA) deixou de ser um tema em si da Assembleia Geral do organismo, na hondurenha San Pedro Sula, para se tornar, mais uma vez, a desculpa de uma luta de interesses vão muito além das fronteiras da ilha caribenha e poderiam questionar (novamente) as relações hemisféricas''.

''O presidente da venezuela, Hugo Chávez, o deixou bem claro ao qualificar o encontro hemisférico que começa esta terça-feira, em honduras, em termos quase bélicos''.

''Será, disse, uma 'batalha interessante', na qual, se ficar demonstrado que a OEA 'segue sendo um ministério das colônias' quenão se transforma 'para subordinar-se à vontade dos governos que a conformam', então, haverá que se delinear a saída do organismo e a criação de outra alternativa''.

''A América Latina está fazendo de Cuba o teste de fogo da sinceridade da real abordagem da administração Obama para a região, disse o especialista em Cuba do Conselho de Relações Exteriores, em Washington, Julia Sweig, o jornal ''The Washington Post ' na véspera da reunião em Honduras ''.

Ao resistir às agressões do império mais poderoso que jamais existiu, o nosso povo lutou pelos demais povos irmãos deste continente. A OEA foi cúmplice em todos os crimes cometidos contra Cuba.

Em um momento ou outro, todos os países latino-americanos foram vítimas de agressões e intervenções políticas e econômicas. Ninguém pode negar isso. É ingênuo acreditar que as boas intenções de um presidente dos Estados Unidos justifiquem a existência desta instituição que abriu as portas para um cavalo de Tróia que apoiou as Cúpulas das Américas, o neoliberalismo, o narcotráfico, as bases militares e as crises econômicas.

A ignorância, o subdesenvolvimento, dependência económica, a pobreza, o regresso forçado de pessoas que migram em busca de trabalho, a fuga de cérebros, e até as armas sofisticadas do crime organizado foram as consequências das intervenções e saques procedentes do Norte.

Cuba, um país pequeno, tem demonstrado que pode resistir ao bloqueio e avançar em muitos campos e até mesmo cooperar com outros países.

O discurso pronunciado pelo presidente de Honduras, Manuel Zelaya, na Assembléia Geral da OEA, contém princípios que podem passar para a história. Disse coisas admiráveis de seu próprio país. Eu me limitarei apenas ao que disse sobre Cuba.

''... Na Assembleia da Organização dos Estados Americanos, que começa hoje, em San Pedro Sula, Honduras, temos de começar o processo de sábias retificação de velhos erros''.

''Nós, os latino-americanos que estamos aqui, há pouco, há um par de semanas ou meses, tivemos uma grande reunião do Grupo do Rio, em Salvador, Bahia, Brasil. Alí, firmamos um compromisso. O compromisso, que se tomou por escrito e por unanimidade de toda a latino-américa, é o de que esta assembleia de San Pedro Sula, por maioria de votos ou por consenso, deveria emendar esse velho e desgastado erro que foi cometido em 1962, de expulsar o povo cubano desta organização''.

''Não devemos deixar essa assembleia,queridos dignatários, sem anular o decreto da oitava reunião que sancionou um povo inteiro por ter proclamado ideias e princípios socialistas, que hoje esses mesmos princípios são praticados em todas as partes do mundo, incluindo Estados Unidos e Europa (aplausos). Os princípios, hoje, de busca de alternativas diferentes para o desenvolvimento são muito evidentes na mudança que ocorreu nos Estados Unidos ao eleger Barack Obama presidente...

''Nós não podemos deixar esta assembleia sem reparar esse erro, porque baseado nesta resolução da Organização dos Estados Americanos, que já tem mais de quatro décadas, a este povo irmçao de Cuba se tem mantido um bloqueio injusto e inútil, precisamente porque não conquistou qualquer finalidade, mas tem mostrado que há, aqui a poucos quilômetros de nosso país, em uma pequena ilha, um povo disposto a resistir e a sacrifícios por sua independência e soberania''.

''Não fazê-lo nos faz cúmplices de uma resolução de 1962 que expulsou um membro da Organização dos Estados Americanos simplesmente porque tem outras ideias, outros pensamentos, e proclama o início de uma democracia diferente. E não seremos cúmplices disto''.

''Um notável hondurenho, chamado em nosso país e um dos nossos heróis, José Cecilio del Valle, o sábio Valle, expressava em 17 de abril de 1826, no seu célebre artigo ''Soberania e não-intervenção'' - acabávamos de proclamar nossa independência do reino espanho -: 'As naçõesdo mundo são independentes e soberanas. Independentemente da sua extensão territorial ou do número de habitantes, uma nação deve tratar aos outros com o mesmo tratamento que deseja receber desses. Uma nação não tem o direito de intervir nos assuntos internos de outro país. ''

Com estas palavras de Cecilio del Valle e as palavras de Mahatma Gandhi, Jesus Cristo, Martin Luther King, Abraham Lincoln, Morazán, Marti, Bolívar e Sandino, concluiu o seu discurso.

Minutos mais tarde, na coletiva à imprensa após a abertura da Assembléia, respondeu a perguntas e reiterou princípios. Em seguida, cedeu a palavra a Daniel Ortega, que foi autor de uma das mais profundas e argumentadas colcações da Assembleia da OEA. Na conferência, faloram a convite de Zelaya, Fernando Lugo, presidente do Paraguai, e Rigoberta Menchú, que se expressaram no mesmo sentido que Zelaya e Daniel.

A Assembleia debate há horas. No momento em que termino esta reflexão, quase de noite, ainda não há notícia da decisão. Se conhece que o discurso de Zelaya influiu. Chávez conversa com Maduro e o insta a manter firmemente que não se pode aceitar qualquer resolução que condicione a revogação das sanções injustas contra Cuba.

Nunca se viu tanta rebeldia. A batalha é certamente difícil. Muitos países dependem do dedo indicador de uma mão do governo dos Estados Unidos, apontando para o FMI, o Banco Mundial, o Banco Interamericano de Desenvolvimento, ou em qualquer outra direção para castigar rebeldias. Ter conseguido isso é já, por si só, uma proeza dos mais rebeldes.

O 2 de junho de 2009 será lembrado pelas gerações futuras.

Cuba não é o inimiga da paz, nem resiste ao intercâmbio ou à cooperação entre países de diferentes sistemas políticos, mas tem sido e será intransigente na defesa os seus princípios.


Fidel Castro

Postado Originalmente em: http://www.vermelho.org.br/

terça-feira, 2 de junho de 2009

Parabéns ao Vovô! 95 Anos do Ceará Sporting Club

Galera não poderia deixar passar batido na data de hoje o 95° aniversário do maior clube do estado do Ceará, o glorioso Ceará Sporting Club. Time que enche de orgulho o povo cearense e que teve recentemente reconhecido o seu Penta Campeonato Cearense, entre os anos de 1914 e 1919.

Na sede do clube pela manhã aconteceu a já tradicional alvorada de fogos, seguida da missa dos padres Gotardo Lemos e Fernando Antônio. Também se apresentou a banda de música da 10ª Região Militar, e para finalizar a manhã festiva um café da manhã foi servido aos torcedores que lotavam as dependências da sede administrativa do Ceará.

Ainda na programação das comemorações está agendada uma grande festa que será o Forró do Vovô, realizado no estacionamento do clube, em Porangabussu. A partir das 19h os portões serão abertos onde terá início um pagode a espera do jogo do Vozão contra o Vila Nova que ocorrerá às 21h e o torcedor presente desfrutará de dois telões para acompanhar a partida. A festa terá como atrações as bandas Frenesi, Cabra da Peste, Nildinha & Amor Cearense e Forró Balancear.

Eu como bom alvinegro não poderia deixar de homenagear também um dos maiores patrimonios do Vovô que é sua torcida. Aqueles que gritam 'Viva o Ceará é Minha Vida!' e que todos os jogos lotam os estádios alencarinos para ver seu time jogar. O vídeo que segue foi gravado no Castelão no dia 1° de fevereiro desse ano e o texto retirado da comunidade no Orkut do Ceará Sporting Club e ilustra bem o que é torcer Ceará.



"O Ceará não se explica, não se define, nem ao menos se escreve. O Ceará apenas se sente. A alvinegridade, neologismo da fiel torcida preta e branca, é daqueles sentimentos que nos dão uma sensação de orgulho, fé, amor, devoção. O ser preto e branco é estado de espírito. Bem aventurados os que podem dizer "Eu sou VOZÃO. Eu sou preto e branco. Eu sou alvinegro. Eu sou fiel. EU SOU CEARÁ!"

Bom, passar horas aqui falando do Vozão neste dia tão importante para nós alvinegros, mas, para postar antes da meia noite vou postar mais um vídeo e terminar o texto... Então, é isso! Valeu Ceará pelos seus 95 anos de glórias e pelas tantas alegrias que tu dá a milhares de alvinegros espalhados por todo o país!



Viva os 95 anos do Ceará Sporting Club!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Fortaleza sediará Copa do Mundo 2014

Hoje, por volta das 15 horas, diretamente das Bahamas, a FIFA anunciou as 12 cidades brasileiras que sediarão os jogos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.

Para a nossa alegria a Fortaleza Bela está entre as 4 cidades nordestinas que receberão os jogos do mais importante evento do futebol mundial.

Agora é cobrar dos nossos governos os investimentos necessários em infra-estrutura para que a cidade se enquadre no 'Padrão Fifa'. Nesse sentido governo e prefeitura já anunciaram que serão necessários R$ 9 bilhões em investimentos como o TRANSFOR e as reformas do Castelão e do PV. Várias vagas de emprego deverão se abrir daqui até 2014.

As outras cidades escolhidas pela FIFA foram: Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Manaus (AM) e São Paulo (SP).

No mais é torcer pelo Brasil na Copa e comparecer em peso aos estádios!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

João Amanozas, Presente!

Hoje, 27 de maio de 2009 um dia para homenagens. Não poderia deixar de comentar aqui no blog que hoje é o aniversário de minha mãe a 'Dona Selene' nas palavras da Flaviene, e o pesaroso 7° aniversário de falecimento do Camarada João Amazonas.

Falar de João Amazonas é falar do Brasil, da juventude guerrilheira do Araguaia, de marxismo, do PCdoB, enfim, falar do João é falar da esperança de um mundo novo, com paz, pão e terra para todos.

Abaixo segue o documentário 'Camarada João' produzido pelo PCdoB em homenagem à uma das principais figuras da luta revolucionária no país. E se dizem que uma imagem fala mais do que mil palavras, o documentário fala mais do que qualquer coisa que eu pudesse escrever aqui.





João Amazonas, eterno guerrilheiro. Herói dos Comunistas e do Povo brasileiro!

A casa grande, a senzala e o ENEM

*Por Gilvan Paiva

Os resultados do ENEM seguem repercutindo. Para uns, o que foi feito até aqui tem sido insuficiente, para modificar indicadores historicamente negativos, produzidos na abissal desigualdade da sociedade brasileira. Para outros, tudo continua como dantes: os filhos da casa grande continuando a colher as melhores avaliações educacionais, porque seus pais detêm escolaridade maior e poder aquisitivo para escolher as melhores escolas. Enquanto a herança da senzala ainda permanece ditando os números negativos alcançados pelos mais pobres, em escolas precárias e desabilitadas para o ensino.

É possível construir uma educação de qualidade neste cenário? Definitivamente sim. A educação irá se fortalecer se houver mais democracia. Se houver um estado mais comprometido com o desenvolvimento e a inclusão social. Se a sociedade cumprir seu papel protagonista e impulsionar as conquistas existentes.

Os avanços, principalmente no Governo Lula, têm forte relação com a idéia da educação como política de estado, nos quais o financiamento, a gestão e a valorização do professor são eixos estruturantes de um projeto de longo prazo, viabilizado por ações articuladas que visam dar qualidade ao ensino e aprendizagem a todos.

Certos discursos fáceis querem jogar a responsabilidade dos problemas sociais brasileiros na precária e combalida escola pública. Paciência! A desigualdade no Brasil nasceu primeiro que a escola. Mesmo com os avanços alcançados, a educação tem sido incapaz, nesse momento, de promover a alteração de uma lógica que sempre apostou na ignorância e no analfabetismo do nosso povo. Os indicadores que temos ainda são “derivados da mentalidade escravocrata” e de políticas discricionárias e excludentes, realizadas secularmente.

A educação – assim como o país - floresce bem melhor num ambiente democrático onde os diferentes atores possam partilhar seus problemas e desafios. E será bem cuidada se os gestores tiverem compromisso e colaboração com a qualidade do ensino e compreensão de que a aprendizagem não se limita aos muros da escola, mas deriva de um amplo processo de construção de toda sociedade, articulada com os esforços de um estado democrático, soberano e socialmente comprometido com a felicidade de seu povo. Estamos no caminho, embora as pedras estejam por lá, como diria Drummond. Mais haveremos de removê-las.

*Gilvan Paiva é sociólogo e Secretário de Educação da Prefeitura de Maranguape/CE

terça-feira, 26 de maio de 2009

É Tudo Nosso! Um Filme de Toni C. - Parte 02

Segunda parte do filme 'É Tudo Nosso! O Hip-Hop Fazendo História' produzido por Toni C. através do Ponto de Cultura Hip-Hop à Lápis.



Semanalmente traremos novos capítulos de todo o filme, É Tudo nosso! O Hip-Hop Fazendo História.

Assita a primeira parte em: É Tudo Nosso! Um Filme de Toni C. - Parte 01

Che Guevara, Presidente de Honra da UBES!

E quem diria, o maior líder juvenil da américa latina, o argentino Ernesto Guevera de la Serna (Che Guevara), foi eleito presidente de honra da nossa querida e combativa União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES).

O acontecimento foi no 20° Congresso da UBES que aconteceu entre 21 e 24 de abril de 1967, em plena clandestinidade e às vésperas do AI-5, congresso esse que elegeu para presidência da entidade Tibério Canuto. Coincidentemente poucos meses depois em 8 de outubro do mesmo ano o 'Che' é preso e assassinado pela turma da CIA na mata Boliviana.

O interessante é que o fato é mais uma prova de que os estudantes secundaristas brasileiros, capitaneados pela UBES, sempre discutiram as importantes questões políticas do país e do mundo. Enquanto isso ainda tem diretor de escola que diz que "os 'meninos' ainda são muito imaturos para participar do movimento estudantil". Fala sério, os estudantes brasileiros poderiam dar uma aula de cidadania e coragem pra lutar pelos seus direitos a muitos professores e diretores por aí!

Segue abaixo um documento da época do 20° Congresso da UBES em 1967 falando do congresso e da escolha do 'Che' para presidência de honra da entidade. A responsável pelo resgate dessa relíquia dos estudantes brasileiros é a ex-diretora da UBES e coordenadora do projeto de memória da entidade, Raisa Marques.
Valeu Raisa!


Viva os 60 anos da UBES!
Viva o eterno guerrilheiro Che Guevara!

domingo, 24 de maio de 2009

'O Capital' em 'Mangá' vira best-seller no Japão

O Partido Comunista do Japão, proibido antes da 2º Guerra Mundial e, depois, considerado um pequeno grupo, está crescendo à medida que a crise econômica se aprofunda no país. Um "mangá" (nome dado às histórias em quadrinhos japonesas) sobre O Capital de Karl Marx transformou-se em best-seller em todo o país; e um conto do período entre guerras sobre a exploração dos trabalhadores vem ganhando novos leitores.

Apesar de ser a segunda economia do mundo, o Japão está assistindo ao surgimento de um movimento jovem que questiona o sistema capitalista, no momento em que sua economia sofre a pior recessão desde 1945, com megaempresas no vermelho eliminando empregos.

A desilusão com os partidos políticos tradicionais e com os sindicatos tem feito com que o partido cresça a um ritmo de mil novos adeptos por mês, enquanto seu jornal Bandeira Vermelha é lido por mais de 1,6 milhão de pessoas, segundo dirigentes.

"Este é o segundo país capitalista", afirmou Kimitoshi Morihara, vice-presidente do escritório internacional do partido.

"Mas agora a situação é bastante difícil, particularmente para os jovens", continuou.

A desregulamentação do mercado de trabalho tem facilitado as empresas a empregar e demitir trabalhadores, e o tradicional emprego japonês para a vida toda deu lugar à incerteza e aos salários menores para a última geração que entrou no mercado de trabalho.

O Partido Comunista Japonês, fundado em 1922, foi legalizado depois da 2ª Guerra Mundial.

Atualmente é o quarto partido do país, mas está ganhando adeptos, enquanto os dos demais partidos estão caindo.

E isso está sendo notado nas ruas.

A manifestação do 1º de Maio em Tóquio, organizada pelo partido, atraiu 36 mil pessoas, muitas delas jovens.

A versão "mangá" de O Capital é um best-seller, assim como Kanikousen, do escritor comunista Takiji Kobayashi, que descreve a brutal exploração dos trabalhadores.

A versão cinematográfica estreia neste verão (no Hemisfério Norte) com a atuação do ator Ryuhei Matsuda.

Fonte: O Outro lado da Notícia

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Canindé depois das chuvas...

Estive ontem em Canindé, junto com a Patricia e o Adylson, para acompanhar o congresso de reconstrução da UMESC. Processo que se iniciou ainda no ano passado quando fizemos um debate sobre o movimento estudantil e que foi colocada pelos estudantes a necessidade de um acompanhamento através de uma entidade municipal.

Chegamos em cima da hora ao município, da rodoviária fomos direto ao Colégio Frei Policarpo onde aconteceria o congresso, com um pequeno 'pit-stop' na escola de educação profissional de Canindé para conversar um pouco sobre a construção do grêmio estudantil de lá. No Frei Policarpo a galera já tava na pilha pra começar o congresso quando a gente chegou.

Nos organizamos na sala 06 da escola e começamos um rico momento de debate sobre o movimento estudantil, a necessidade do jovem se organizar para lutar pelos seus direitos e as bandeiras de luta atuais do movimento estudantil.

Houve a eleição entre duas chapas, saindo vitoriosa a chapa Juventude em Ação, encabeçada pelo companheiro Gabriel Ribeiro da escola Paulo Sarasate, após alguns minutos de comemoração da moçada, tive a honra de empossar a nova diretoria da UMESC e convocar os estudantes de Canindé à luta pela reserva de vagas nas universidades públicas cearenses, assim como a luta pela expansão delas.

Hoje pela manhã ainda fomos na escola de educação profissional de Canindé e nas rádios do município apresentar a nova diretoria da UMESC aos cidadãos canindeenses. Aos companheiros que compõem a diretoria da UMESC, e em especial ao novo presidente Gabriel, fica aqui a mensagem de força e de muita disposição para enfrentar as batalhas do movimento estudantil.

Boa luta moçada, até a próxima!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Carlos Augusto Diógenes, o Patinhas, convida para sessão da Comissão de Anistia Wanda Sidou

A Comissão Especial de Anistia Wanda Sidou julga nesta quinta-feira, dia 21, às 8h30, no auditório da Reitoria da Universidade Federal do Ceará, o pedido de indenização para a família do ex-guerrilheiro do Araguaia Bergson Gurjão Farias.

Bérgson era estudante de Química na Universidade Federal do Ceará (UFC), vice-presidente do DCE eleito em 1968. Foi preso no Congresso da UNE em Ibiúna e, em 1968, excluído da universidade com base no Decreto-lei 477.

Em 1968, no Ceará, foi gravemente ferido na cabeça quando participava de manifestação estudantil na Praça José de Alencar. Em 1969, foi residir na região de Caianos, onde continuou suas atividades políticas. Em 08 de maio de 1972, foi ferido e morto em combate nas selvas do Araguaia.

Na Secretaria Especial de Direitos Humanos, em Brasília, existem restos mortais de possíveis guerrilheiros do Araguaia, havendo indícios de um deles ser do cearense Berson Gurjão.

O julgamento será público e o PCdoB convida democratas, militantes e amigos que conviveram com Bérgson no período de 64/68 para esta sessão histórica da Comissão de Anistia Wanda Sidou.

Carlos Augusto Diógenes Pinheiro
Presidente PCdoB/CE

2010 e os tucanos...


Charge de Duke para o jornal O Tempo

O crack fugiu da favela

*Por Regina Abrahão

Historicamente a humanidade fez uso de alcalóides diversos, que em níveis variados alteram a percepção e os sentidos, com múltiplas finalidades. Drogas foram usadas no intuito de facilitar a intermediação com o divino, provocar previsões, induzir transes coletivos e como elemento de confraternização.

A Bíblia faz citações ao uso do vinho; folhas de tabaco e de coca eram usadas já há mais de cinco mil anos nas Américas. Pouco depois, índios da América Central descobrem o potencial alucinógeno de determinados tipos de cogumelos, enquanto a maconha na mesma época era consumida na Europa central, Egito e China.

Em seguida alguém reparou que as alterações provocadas pelo uso de drogas poderiam ter outras finalidades, como facilitar condicionamento coletivo em soldados em guerra, aguçando a agressividade ou neutralizar a capacidade de reação de populações. Relatos de soldados bêbados ou drogados existem desde a antiguidade. O vocábulo assassino deriva de hashshishin, que significa fumador de haxixe, hábito de um grupo de soldados árabes extremamente violentos que atuou até meados do século 13.

Outras guerras e outras drogas seguiram-se, como a Guerra do Ópio, onde a Inglaterra impôs a liberação do comércio desta droga na China, oriunda da Índia (o que culminou com a dominação inglesa sobre a China). A morfina foi amplamente utilizada durante guerras do século 19, como a Guerra Civil dos EUA (1861-65), a Guerra Austro-Prussiana (1866) e a Franco-Prussiana (1870-71).

Anfetaminas, chamadas pelo exército alemão de “Droga Milagre” foram largamente consumidas durante a Segunda Guerra Mundial. O exército aliado, por sua vez, recebia além das anfetaminas tabaco e álcool. O cigarro teve a partir desta época seu pico de consumo. Mais tarde, no Vietnam, cerca de 30 mil soldados retornaram aos EUA dependentes de heroína. A idéia original era popularizar o uso desta droga para a população, que não aderiu ao uso como previsto. Ao contrário, foram os soldados estadunidenses, pressionados pelos horrores da guerra que tornaram-se viciados. No fim da guerra, a heroína popularizou-se nos EUA. Situação semelhante ocorre hoje no Afeganistão, onde rígidas regras de conduta religiosa impedem que parte da população faça uso de
álcool ou drogas, ambos largamente usados por soldados de tropas
européias e estadunidenses.

Permitido, proibido, incentivado ou dissimulado, o uso de drogas não pode ser visto dicotomicamente como deslize moral ou estilo de vida. A função da droga na sociedade, seu lugar no ranking mundial como segundo negócio mais rentável, seu poder de empossar e destituir governos é inegável. Isto em se tratando apenas das drogas ilícitas, lembrando que o consumo de álcool, tranqüilizantes, antidepressivos, tabaco e anorexígenos superam, e muito, o consumo das drogas ilegais.

O poder da indústria farmacêutica e o desenvolvimento de novas panacéias capazes de anestesiar quaisquer sofrimentos humanos, o estabelecimento de limites entre o legal e o ilegal neste tipo de situação ignora princípios da ética médica.

O apelo social do capitalismo, com sua ênfase no ''ter'' ao invés do ''ser'' é
um campo fértil para a disseminação das chamadas drogas duras. Não por acaso, a popularização do uso da cocaína deu-se na década de 80, justamente a década perdida, do culto ao individualismo, dos yupies em contraposição aos hippies. Logo depois surge o crack como subproduto, destinado as classes D e E, justamente por causa de sua letalidade e baixo preço.

Por algum tempo o crack ficou restrito aos guetos das grandes cidades. Atingindo principalmente adolescentes pobres, aumentando tanto os índices de criminalidade quanto a crueldade e banalidade dos atos infracionais praticados. O preço da vida, para um dependente em abstinência, pode ser o preço de uma dose. Pouco tempo atrás, em Porto Alegre, a crônica policial noticiou o assassinato de um rapaz por sua mãe. 24 anos, filho único, loiro, classe média alta, viciado em crack e histórico com mais de 10 internações, além de condenações policiais por pequenos furtos e longa lista de agressões a familiares e conhecidos.

A disseminação desta nova droga, ao sair da favela e invadir bairros nobres provocou na sociedade uma “comoção” diferente de antes. O
rapaz loiro, classe alta, assassinado pela mãe, ganhou notoriedade, chocou o estado e foi notícia nacional. Mas qualquer breve pesquisa nos leva a dezenas de casos similares anteriores, de rapazes e moças, só que nem tão loiros, e em e vilas populares, a maioria com bem menos que 24 anos, assassinados por pais ou mães, abandonados, sem moradia, sem escola, sem leitos para tratamento, sem perspectiva nenhuma maior do que a morte próxima.

Seria demais pensar nas centenas ou milhares de jovens adolescentes viciados em crack que morrem todos os dias e sequer fazem parte das estatísticas? De crianças que hoje já são dependentes? De crianças geradas por mães usuárias, e todas as complicações decorrentes? Seria paranóia esquerdista pensarmos no crack como política de extermínio para esta incômoda parcela excedente da população? Afinal, para eles faltam vagas em quase tudo... escolas, trabalho, assistência médica e social, lazer, profissionalização. E isto tudo tem um alto
custo social, e particular, refletido nas grades, na segurança privada, nos presídios lotados. É a falência do deus mercado gerindo a sociedade.

O faturamento da indústria farmacêutica mundial em 2007 atingiu a cifra de 300 bilhões dólares, e esta área é justamente uma das que mais recebe investimentos para pesquisa. Qual a dificuldade, então, para que sejam desenvolvidos medicamentos de combate à dependência química? Quais as terapias que realmente funcionam, no combate à dependência? O que dizer das “fazendas” terapêuticas, dirigidas por religiosos sem formação médica, em regime quase militar? O que fazer, então, uma vez que, sabidamente, a rede pública comprovadamente não consegue suprir a demanda?

Pelo que dizem médicos e especialistas em drogadição, ela não tem cura, tem apenas controle e estagnação, com acompanhamento e tratamento. Isto relacionado a maioria das drogas, excluindo-se delas o crack nos estágios finais. Então: O que fazer com esta parcela de já usuários crônicos? Como impedir que mais e mais jovens sejam usados pelo sistema através de suas drogas lícitas e ilícitas, atrás de uma perspectiva ilusória de vida? Sim, por que o crack hoje é epidêmico, mas novas drogas são criadas a cada momento, dependendo da
rentabilidade, da perspectiva do consumo e do uso que pode ser feito delas.

Parece repetitivo. Cansativo. Mas a resposta, repetida cansativamente, e infelizmente não ouvida, salta aos olhos e não é vista: enquanto o capitalismo for o sistema dominante, serão estas e outras agruras a alimentar os sonhos de parte de nossa juventude, e a anestesiar o que bem poderiam ser as dores da revolta de toda uma civilização amordaçada.

*Regina Abrahão, é do Rio Grande do Sul, funcionária pública estadual, dirigente de políticas sociais do Semapi, da CTB e do PCdoB de Porto Alegre, coordenadora do núcleo Cebrapaz, estuda Ciências Sociais na UFRG.

É Tudo Nosso! Um Filme de Toni C. - Parte 01



Semanalmente traremos novos capítulos de todo o filme, É Tudo nosso! O Hip-Hop Fazendo História. Maior documentário de hip-hop da históra, A HISTÓRIA DO HIP-HOP EM VíDEO.

domingo, 17 de maio de 2009

Charge do Bira para o Charge Online

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Comitê pela redução da tarifa de energia é lançado na Assembléia

Foi lançado nesta sexta-feira (15/05), na Assembléia Legislativa, o Comitê Popular pela Redução da Tarifa de Energia Elétrica. A entidade é formada pela Federação de Bairros e Favelas, União Brasileira dos Estudantes Secundaristas, União Nacional dos Estudantes, Sindeletro, e ainda pelas assessorias dos deputados estaduais Lula Morais (PCdoB) e Artur Bruno (PT), do deputado federal Chico Lopes (PCdoB-CE) e do senador Inácio Arruda (PCdoB-CE).


O ato, realizado no Comitê de Imprensa da Assembléia, marcou também o apoio ao pedido de CPI para investigar as causas dos reajustes acima da inflação da energia elétrica. De acordo com Lula Morais, proponente da comissão, “será a CPI Pela Redução da Tarifa de Energia Elétrica”. Durante o evento, ele afirmou ainda que a classe empresarial está momentaneamente alinhada com os objetivos desse trabalho, já que a tarifa está prejudicando também o setor produtivo.

O parlamentar informou ainda que o parecer da Procuradoria da Assembléia sobre a constitucionalidade da matéria deverá ser concluído na próxima segunda-feira “e ao que tudo indica será favorável”. Lembrou que 41 dos 46 deputados assinaram o requerimento pedindo a instalação da CPI, e que os demais só não apuseram assinatura porque não se encontravam na sede do Legislativo quando a proposição foi apresentada.

Lula Morais disse que deverá ser o relator escolhido pela bancada majoritária, por ter sido o autor da matéria. “A presidência deverá ser entregue à bancada do PSDB, a segunda maior na Assembléia”, frisou.

O primeiro ato da CPI, conforme avisou, será uma audiência com o governador Cid Gomes, já que o Estado é signatário do contrato que permite a Coelce compor no preço da tarifa de eletricidade a produção de energia a gás, mesmo que a usina a gás instalada no Ceará não tenha produzido um único Kilowatt. Segundo Lula Morais, somente o rompimento deste contrato permitiria a redução imediata do preço da tarifa em 20%.

O deputado Dedé Teixeira (PT), que também participou do ato, parabenizou a criação do comitê e considerou que a luta pela redução da tarifa será árdua. Segundo ele, o foco deve ser a Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados do Ceará (Arce), que não estaria cumprindo com a missão de defender os consumidores de preços abusivos.

O deputado federal Chico Lopes revelou que somente no primeiro trimestre deste ano, a Coelce registrou uma elevação do lucro de 60%, cerca de R$ 80 milhões, em um período onde até os bancos tiveram retração de lucros, após um período de expansão de 30 anos. “E isso aconteceu quando ainda não foi computado o último aumento de mais de 11 por cento”, acentuou o parlamentar.
JS/CG

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social da AL
comunicacao@al.ce.gov.br

Essa nossa justiça em...

Nota do movimento social cearense em repúdio a recusa do Juiz da 4ª Vara Federal, José Vidal, da ação civil da OAB-CE pedindo a redução do aumento da tarifa de energia.

REPUDIAMOS O INDEFERIMENTO DA AÇÃO CIVIL DA OAB PELA REDUÇÃO DA TARIFA DE ENERGIA


Face ao aumento da tarifa de energia em 11,25% por parte da Companhia Energética do Ceará (Coelce), autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que onera os consumidores de energia e deve surtir impacto negativo na economia do Estado, a Ordem dos Advogados do Brasil-Ceará (OAB-CE) moveu uma ação civil pública, no último dia 19, pedindo que a Justiça Federal reduza para 6,06% o aumento das tarifas da citada Companhia, valor equivalente ao Índice Geral de Preços ao Consumidor (IGP-M). Nada mais natural que uma ação desse tipo frente ao assintoso aumento e é de se esperar mesmo que uma entidade com o histórico que a OAB tem sinta-se no dever de agir de tal maneira.

Mas o juiz da 4ª Vara Federal, José Vidal, não parece pensar assim, pois ele foi responsável pela recusa da ação civil impetrada pela OAB, alegando que a entidade não tem legitimidade para impetrar ações civis públicas contra a Coelce e a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) por ter que circunscrever suas ações apenas aos interesses dos advogados – como se estes não consumissem energia também.

Tal atitude causa surpresa uma vez que não foi essa a posição da mesma Justiça Federal do Estado quando em maio de 2005 acatou outra ação civil pública da Ordem também pedindo a suspensão de reajuste e que a concessionária se limitasse a aplicar o Índice Geral de Preços (IGP-M), tal como foi o pedido agora negado. Tal recusa à ação da entidade e a justificativa apresentada vão na contramão a outras decisões pelo Brasil a fora. O exemplo talvez mais célebre seja justamente quando a OAB pediu o impeachment de Fernando Collor em 1992.

"A decisão surpreendeu a todos", disse Hércules do Amaral, presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-CE. Amaral asseverou: “vamos defender o óbvio, que a OAB tem legitimidade para entrar com ações civis públicas em favor do patrimônio público, do meio ambiente e dos direitos dos consumidores”, citando o que prevê o artigo 44 do Estatuto da OAB, regido pela lei 8906/94. que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a OAB. Essa lei define como um dos objetivos da Ordem "defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas" e prevê que compete ao Conselho Seccional (a OAB-CE, no caso) ajuizar ação civil pública, na defesa de interesses difusos de caráter geral e coletivos e individuais homogêneos, portanto podendo incluir interesses gerais dos cidadãos, independente de serem associados à Ordem ou não.

O aumento abusivo da tarifa de energia se dá em meio a um processo em que a OAB identificou ilegalidades e em que se discute inclusive a instalação de uma CPI na Assembléia Legislativa. Está se querendo passar a conta de um contrato suspeito para o bolso dos consumidores. De forma que só podemos repudiar a atitude equivocada do juiz José Vidal em recusar o pedido da OAB-CE e nos solidarizarmos com essa entidade a qual reconhecemos como legítima representante de interesses sociais e comuns para além da categoria dos seus associados.

COMITÊ POPULAR PELA REDUÇÃO DA TARIFA DE ENERGIA

terça-feira, 21 de abril de 2009

Charge do Bira para o Charge Online

sábado, 18 de abril de 2009

Sobre o aumento da passagem de ônibus em Fortaleza

Hoje tivemos um acalorado debate durante a reunião ordinária do Conselho Municipal de Juventude de Fortaleza. O tema que gerou toda a polêmica foi proposto por este que vos escreve e foi justamente a questão da tarifa do transporte público no nosso município. Convictos de estar ali para discutir as questões que afligem a juventude fortalezense pautamos então este assunto.

Entre uma tese e outra seguimos convencidos de que a juventude não pode pagar pela crise financeira mundial, nem ser protagonista no enriquecimento fácil dos empresários do sistema de transportes urbanos. Entre consensos e dissensos o que resolvemos foi escrever uma moção sobre o aumento de passagens em Fortaleza, que foi colocada em votação no plenário da reunião e aprovada pela maioria dos conselheiros.

Segue então, na íntegra, a moção sobre o aumento da passagem de ônibus em Fortaleza.

Aumento da Tarifa do Transporte Urbano de Fortaleza: a Juventude diz NÃO!

O congelamento do valor das tarifas do transporte urbano de Fortaleza por quatro anos e a implementação da tarifa social aos domingos representam políticas avançadas, pois garantem aos jovens o acesso a espaços que fazem parte da formação plena do indivíduo, como: escola, universidade, teatros, cinemas, museus, circos, eventos esportivos, e inclusive ao trabalho. A discussão que iniciou-se no momento em que o cartel dos empresários de ônibus pressionaram a prefeitura de Fortaleza a aumentar o valor das tarifas, vem preocupando os mais de 700 mil jovens que vivem em nosso município.

A argumentação do empresariado é em cima da necessidade de obter maiores lucros, explorando cada vez mais os profissionais do sistema de transporte público, extorquindo os usuários com coletivos cada vez mais lotados e aumentando abusivamente o valor das passagens em Fortaleza.

O Conselho Municipal de Juventude – CMJ de Fortaleza entende que dentro do sistema capitalista, o qual, diga-se de passagem, vive uma grave crise, os ataques do capital sobre os trabalhadores são inevitáveis, porém, aplicar o aumento da tarifa do transporte hoje significa atingir o elo mais frágil desse sistema: os filhos dos trabalhadores e trabalhadoras que com seu suor constroem o Brasil.

Aumentar o valor da passagem restringirá o princípio básico de ir e vir dos cidadãos fortalezenses, principalmente dos jovens que ainda hoje estão à margem das políticas públicas. Além disso, em momento algum é apresentada qualquer contrapartida em termos de melhoria na qualidade do transporte coletivo municipal.

Constituir um conselho regulador do sistema de transporte público de Fortaleza pode ser uma ação para garantir o controle social do mesmo. Democratizando o debate acerca do transporte urbano e tornando as decisões de cunho social e não meramente técnico e burocrático. O CMJ defende o controle social do transporte e a participação da juventude nesse debate e se posiciona contra qualquer proposta de aumento de tarifa e o pagamento da crise pela juventude.

Lutemos em defesa da juventude e dos trabalhadores!

Fortaleza, 18 de abril de 2009
Conselho Municipal de Juventude de Fortaleza

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça

*Por Lúcia Stumpf e Reneta Mielli

Há 45 anos, um golpe abriu uma ferida profunda na história brasileira que sangrou por duas décadas: a ditadura militar, instalada no País em 1º de abril de 1964. A primeira atitude dos militares foi atear fogo ao prédio onde funcionava a sede da União Nacional dos Estudantes, na Praia do Flamengo, 132. A partir daquela madrugada, o Brasil mergulharia num período de trevas, marcado por perseguições, censuras, torturas e mortes.

Uma ditadura que – diferente do que afirmou um recente editorial de jornal de circulação nacional – não teve nada de branda. Foram muitos os que perderam a vida na luta. Os estudantes Honestino Guimarães, ex-presidente da UNE, Alexandre Vannucchi Leme, Edson Luiz e tantos outros morreram para manter viva a chama da liberdade. O Congresso da UNE de Ibiúna, em outubro de 68, terminou com mais de mil pessoas presas. Logo depois, em fevereiro de 1969, a ditadura aprovou o Decreto-lei 477, que classificou os líderes estudantis como perigosos à ordem. Na clandestinidade, a UNE permaneceu na luta, realizando reuniões e até congressos clandestinos nos anos de chumbo da ditadura entre 71 e 73. Com os primeiros sinais da redemocratização, em 1979, a UNE foi reconstruída, no histórico congresso de Salvador que comemora 30 anos de realização.

Mais de quatro décadas depois, a UNE resgata esta história de opressão e brava resistência de uma geração. Não com revanchismo, mas para que os jovens e estudantes de hoje conheçam este passado de lutas e, só assim, sejam capazes de construir um futuro altivo sem permitir que se repitam os erros. Uma parceria entre a UNE, a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, a Secretaria Especial de Direitos Humanos e a OAB impulsionou a realização uma série de atividades desde 2007. Além do resgate da memória, estes atos serviram para que a nossa geração exija o direito à verdade. Reivindicamos a abertura dos arquivos da ditadura militar e a punição dos torturadores da ditadura.

Não deixaremos o país esquecer este período tenebroso de nossa história, pois ainda hoje resquícios de autoritarismo aparecem em declarações públicas que criminalizam os movimentos sociais e as lutas por avanços democráticos. Só assim, poderemos colocar um ponto final nas torturas policiais que se perpetuam como prática corrente não mais nos porões, mas ao ar livre nas periferias e grandes centros urbanos.

A memória daqueles que lutaram pelo Brasil estará guardada na sede da União Nacional dos Estudantes, que será reconstruída no mesmo endereço marcado pela truculência da ditadura. Em agosto de 2008, o presidente Lula visitou a Praia do Flamengo, 132 sendo o segundo presidente a fazer este gesto antecedido apenas por João Goulart. Assinou, ali, na casa do poder jovem, o Projeto de Lei que reconhece a responsabilidade do Estado brasileiro na demolição da sede da UNE e propicia sua reconstrução. Um edifício assinado pelo arquiteto Oscar Niemeyer será erguido e, nele, haverá um memorial do movimento estudantil.

Além desta vitória, o movimento estudantil de hoje celebra um momento de avanços. Históricas reivindicações educacionais foram conquistadas recentemente, como a ampliação das vagas públicas oferecidas no Ensino Superior. Uma série de mobilizações são impulsionadas nas Universidades dando fôlego novo ao movimento. A ocupação da reitoria da UnB em abril de 2008, as recentes mobilizações contra a corrupção e pelo Fora Yeda no Rio Grande do Sul, a luta em defesa da meia-entrada, as passeatas que tomaram conta das capitais do país neste dia 30 de março afirmando que a juventude e os trabalhadores não pagarão por esta crise são exemplos disso.

Temos grandes desafios pela frente. As Reformas Agrária, Política e Universitária defendidas e previstas na mensagem que Jango enviou ao Congresso Nacional e que serviu de estopim ao Golpe permanecem atuais. Estão entre as principais bandeiras levantadas pelos trabalhadores e estudantes. Precisamos avançar nas conquistas e exigir a radical democratização da Universidade brasileira. É necessário ocupar as ruas, como também fizeram estudantes e trabalhadores na Europa e América Latina, para barrar os efeitos da crise mundial que já afeta a juventude com desemprego e cortes de investimentos públicos nas áreas sociais. É neste contexto que estamos construindo o maior congresso da história da União Nacional dos Estudantes, convocado para julho deste ano. O congresso deve envolver dois milhões de estudantes participando do processo de eleição. A UNE de hoje honra os que tombaram em defesa da democracia e da liberdade, se fortalecendo para cumprir o papel de impulsionar a construção de um Brasil mais democrático, justo e desenvolvido.

*Lúcia Stumpf, jornalista, estudante de Ciências Sociais e presidente da UNE.
*Renata Mielli, jornalista, editora da Revista Movimento.

sábado, 28 de março de 2009

Sete anos do Portal Vermelho

No último dia 25 de março comemoramos dois aniversários importantíssimos, os 87 anos do Partido Comunista do Brasil e os 7 anos do Portal Vermelho. Já tinha postado uma homenagem ao PC através do belo poema da camarada Rita Lisboa, que falava também do centenário do Patativa do Assaré.
Agora venho homenagear o Portal Vermelho, por seus mais de seis milhões de acessos e pelo seu sétimo aniversário. O Vermelho não para de avançar em inovações e em comemoração ao sétimo ano de existência do Portal, Toni C nosso camarada do Nação Hip Hop Brasil, dirigiu um curta de muita qualidade que fala um pouco da história e exibe vários depoimentos sobre o sítio.
Deixo abaixo o vídeo e o link do Vermelho.

quinta-feira, 26 de março de 2009

A luta antiimperialista na America Latina

*Por Flaviene Vasconcelos

Uma das mais novas ameaças vinda do norte é a reativação da IV Frota estadunidense para patrulhar as águas da América Latina. Com o objetivo de intimidar o crescimento do embrião revolucionário que se instalou, sobretudo, na América do Sul e se posicionar estrategicamente diante a descoberta da maior reserva de petróleo em águas brasileiras, batizada de pré-sal, o fato é que se trata do maior arsenal bélico do planeta.

Muitos países questionaram a prepotência americana de tomar para si o papel de guardiã do continente, privilegiar os seus interesses econômicos e atropelar a soberania dos povos, no entanto, o que podemos ver é que nenhum dos pronunciamentos ecoou o suficiente para ser ouvido. Contabilizamos um sentimento de impotência, diante o tom demasiado arrogante adotado pelos EUA, quando ignoram os acordos internacionais dos conselhos da ONU – Organizações das Nações Unidas, em prol de seus objetivos.

Porém, essa não é a primeira demonstração de força que a história americana registra. Suas intervenções estão espalhadas pelo mundo e já deixaram marcas profundas em diferentes povos. Entre as vítimas do continente americano estão Guatemala, Chile, El Salvador, Nicarágua, Panamá e muitas outras. Os crimes variam entre a promoção de golpes contra governos democraticamente eleitos, assassinatos de lideranças revolucionárias, financiamento de armas e treinamento militar para grupos mercenários antipatriotas, além de muitos homicídios civis.

Trata-se da reafirmação do imperialismo respaldado pelo poder bélico, cujo desequilíbrio consta no fato de não existir outra potência que polarize o mundo, como vimos no passado com a URSS, no período da Guerra Fria. Obviamente, esta não é a saída que procuramos, no entanto, a bipolaridade mundial impôs limites aos passos largos que o capitalismo avançava.

A virada desse jogo passa, principalmente, pelo fortalecimento dos governos progressistas, sobretudo, da América Latina, onde durante anos os americanos depositaram seu lixo cultural, à custa da subjugação dos povos e de seu definhamento intelectual, condição indispensável para uma relação de dependência.

Essa realidade começou a mudar a partir de um posicionamento mais a esquerda dos países latinos, impulsionado pelo falecimento das propostas neoliberais, que prometiam prosperidade e só aprofundaram os níveis da violência, do desemprego e da miséria, sempre sobre os argumentos de uma falsa democracia. Somente países que extirparam suas mazelas sociais e garantiram direitos e oportunidades iguais para todos, têm assegurado um governo pautado nos pilares da democracia, do contrário, tudo não passa da ilusão perversa do capitalismo que tende a acomodar as massas fazendo concessões baratas e pouco consistentes.

A composição política Latino Americana, representada por Raul Castro em Cuba, Daniel Ortega na Nicarágua, Hugo Chaves na Venezuela, Evo Morales na Bolívia, Rafael Correa no Equador, Fernando Lugo no Paraguai, Michelle Bachelet no Chile, Cristina Kirchner na Argentina, Tabaré Vázquez no Uruguai, Lula no Brasil e, recentemente, a vitória da Frente Farabundo Martí, com Maurício Funes em El Salvador, evidencia o acirramento ideológico no continente e torna o momento propício para a luta antiimperialista. Também não podemos desconsiderar o fato de que o novo presidente dos EUA, Barack Obama, é um jovem negro de origens muçulmanas, que pouco poderá alterar o caráter belicista evidenciado na gestão George Bush, porém, está imbuído de um simbolismo importante para percebermos certa tendência à mudança no comportamento do povo norte americano.

Todos os fatores citados, somados a uma crise econômica sem precedentes na história, caracteriza a fragilidade do capitalismo como sistema capaz de trazer as respostas para as questões políticas, econômicas e sociais que estão postas na contemporaneidade, favorecendo a intensificação da luta pelo socialismo.

Estamos à beira de uma eleição no Brasil e será um grande desafio garantir a continuidade do projeto iniciado com o governo Lula que, embora as contradições - devido à adoção de uma política econômica equivocada que atinge o poder de consumo dos trabalhadores -, recuperou a auto-estima e a soberania do povo brasileiro, através da elevação da qualidade de vida da população mais pobre e da reafirmação dos nossos valores enquanto nação.

Os comunistas se destacaram com uma atuação impecável nesse governo, assegurando os avanços e denunciando os entraves que impediam maiores conquistas para os não favorecidos pelo sistema vigente, evidenciando a luta de classes nos espaços de poder, no entanto, a correlação de forças nem sempre favorável impossibilitou que o governo Lula se aproximasse de um caminho rumo ao socialismo. É preciso garantir a vitória das forças progressistas em 2010 para que, levando em conta a atual conjuntura e a ousadia marxista-leninista, se crie as condições para recolocar a questão para o seu sucessor ou sucessora.

Abaixo o imperialismo, e viva o Socialismo!

*Flaviene Vasconcelos é estudante de Ciências Sociais da UFC, militante do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz - CEBRAPAZ e minha excelentíssima companheira!

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