sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Valeu 2010, que venha agora 2011...

Mais um ano que chega ao fim. E 2010 foi um ano cheio, tivemos CONAE, CONEG da UNE, Congresso da UJS, ENET da UBES, eleições gerais, eleições de DCE's, mobilização pro CONEB e Bienal da UNE. Enfim, um ano corrido, porém carregado de importantes vitórias para o nosso movimento e para o povo brasileiro.

A primeira Conferência Nacional de Educação foi um marco do movimento educacional brasileiro, aprovando um documento final progressista e avançado. Assim como o CONEG da UNE e o ENET da UBES que reforçaram a pauta da CONAE e a campanha por 50% do Fundo Social do Pré-Sal para Educação.

O 15° Congresso nacional da UJS foi o maior da nossa história, momento em que reafirmamos o compromisso com o Brasil, com a juventude e coma a luta pelo socialismo. E que pensamos em nossa atuação para o próximo período.

Finalmente derrotamos o coronel Tasso Jereissati aqui no Ceará, dobramos nossa bancada na câmara federal, garantimos nosso assento na assembléia legislativa e ainda por cima elegemos a primeira mulher presidente do nosso país.

Ao longo do ano mobilizamos milhares de estudantes para aprovar, no Senado e na Câmara, a emenda que garantia 50% do Fundo Social do Pré-Sal para Educação, que infelizmente foi vetada pelo presidente Lula.

Encerro 2010 com a sensação de dever cumprido num ano que exigiu bastante daqueles que lutam por um Brasil soberano, independente e verdadeiramente livre. Ao mesmo tempo em que inicio 2011 com a certeza de que as vitórias de 2010 são apenas os primeiros passos de caminho maior que temos que trilhar.

Desejo a todos um 2011 de muita luta, saúde, paz, sucesso, e sobretudo, muitas conquistas!
Um abraço e nos vemos na luta em 2011!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

De Luiz Inácio para Luiz Inácio

Presidente Lula recebe no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, família do Lulinha menino de oito anos de idade, que ganhou o nome em homenagem ao presidente da republica que tomaria posse no dia seguinte ao seu nascimento.

O presidente ao perguntar se Lulinha joga futebol afirma que o garoto quando crescer deve jogar no Corinthians. Conversam ainda sobre as dificuldades que os mais pobres no Brasil sempre tiveram para ter melhores condições de vida.

Lula termina o bate-papo desejando que o menino cresça e se torne um homem de bem, estude e depois trabalha, ao se despedir promete uma visita à casa da família para ver o boletim da escola do garoto.

Vale a pena conferir!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

7ª Bienal da UNE nas palavras de Gil

O cantor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil conversa com o CUCA da UNE sobre a 7ª Bienal de arte e cultura da entidade e sobre a arte em si. Gil, participou de um encontro do CUCA em agosto desse ano.

Maior evento estudantil da américa latina a Bienal da UNE se consolida a cada edição no calendário cultural brasileiro. A 7ª Bienal tem como tema "Brasil no Estandarte, o Samba é Meu Combate" e acontecerá entre os dias 18 e 23 de janeiro, na cidade do Rio da Janeiro.

Os estudantes interessados em apresentar seus trabalhos deverão inscrever-se, entre os dias 25 de outubro e 30 de novembro de 2010, através do site: www.une.org.br.

Os trabalhos deverão ser inscritos nas seguintes áreas: Artes Integradas, Música, Artes Cênicas, Audiovisual, Artes Visuais, Literatura, Ciência&Tecnologia, Mostra CUCA, Atividades Autogestionadas. E cada autor poderá inscrever até 3 trabalhos por área.


7ª Bienal nas palavras de Gil por CUCAUNE no Videolog.tv.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

República Socialista Mundial

O Partido Comunista da Federação Russa - PCFR, principal força de oposição ao atual governo, criou recentemente a TV Vermelha. O objetivo dos comunistas russos é divulgar idéias humanistas e o socialismo científico, além é claro de ser um instrumento de todas as forças de esquerda daquele país na luta contra o regime capitalista vigente.

Que essa iniciativa sirva de exemplo para os demais partidos comunistas ao redor do mundo. Pois, anunciara Marx "Um espectro ronda a Europa - o espectro do comunismo", e hoje, com certeza o filósofo alemão iria mais além e diria que ronda não só a Europa, mas as Américas, a Ásia e a África. E os comunistas devem estar atentos e preparados para os desafios impostos pela nova realidade mundial - a da internet.

O Partido Comunista do Brasil - PCdoB, atento as demandas da sociedade contemporânea criou em seu portal na internet a TV Vermelho, um misto entre vídeos de produção própria e outros de assuntos relevantes para militância comunista.

Iniciativas como essas são de extrema importância para a luta dos trabalhadores, porém acredito que temos potencial para alavancar ainda mais essas experiências e criar quem sabe um canal com programação on-line ao vivo e com alto grau de interatividade?

O vídeo abaixo é uma amostra do material produzido pelos comunistas russos e tem legendas em espanhol e francês.



Vídeo da KTV
Animações: Kenzu Milagro
Música: Der heimliche Aufmarsch
Tradução para o Espanhol: ZealotKommunizma
Tradução para o Francês: Danielv, Urogard, Kenzu Milagro

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Candidato Serra sofre atentado terrorista...

Circula no Youtube vídeo comparando as reportagens feitas, pela rede Globo e pelo SBT, sobre o fato do ex-governador de São Paulo e candidato a presidente da república José Serra ter sido atingido por uma bolinha de papel durante caminhada no Rio de Janeiro.

O Casal 45 do Jornal Nacional da rede Globo afirma que o candidato foi 'agredido', mostra uma fotografia do jornal O Globo em que Serra parece ter sido acertado por um tijolo, e que por conta da suposta agressão teve de interromper a agenda de campanha na cidade maravilhosa.

Já a reportagem do SBT mostra no detalhe o momento em que Serra foi atigindo por um objeto branco parecido com uma bolinha de papel. Que o candidato entrou na Van e minutos depois continuou a caminhada, saindo logo após receber um telefonema.

O caso virou piada na internet e os usuários do Twitter criaram a hashtag
#boladepapelfacts
para ironizar o imenso drama que fez o tucano por sofrer o ataque da bolinha de papel.

Confira e tire suas conclusões:



#UJScomDilma

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Abaixo as ilusões

*Por Renato Rabelo

Ganhamos as eleições presidenciais no primeiro turno. Dilma Rousseff alcançou o primeiro lugar amplamente e sua coligação conquistou em torno de 70% do Congresso Nacional.

Conquista inédita. O erro maior cometido antes de 3 de outubro foi a ilusão de que a “eleição já estava decidida” . Auto-suficiência e ilusão nos afastaram do curso concreto da disputa eleitoral. O comando da Campanha mostrou uma atitude burocrática. Nada nos iria atingir e impedir o caminho célere da vitória. Distante da realidade não soube responder aos ataques de várias formas que estavam minando a figura da nossa candidata, desviando o debate das questões programáticas e das conquistas do governo Lula tão amplamente respaldada pela população. Contribuímos para isso, porque nem mesmo o programa de governo -- como sempre se fez -- acabou sendo divulgado.

O segundo turno iniciou-se sob a ofensiva da oposição. Caiu-se na real abruptamente. E bastaram 15 dias de campanha, quando surge pesquisa momentânea que indica crescimento da nossa candidata, para ressurgir a ilusão de “eleição decidida”. Parece que estamos sob a influência de uma concepção idealista, auto-suficiente, faltando simplicidade para compreender a realidade que nos cerca. A eleição decisiva do segundo turno não está ganha!

Essa campanha presidencial vem demonstrando que essa gente – a oposição demo-tucana, a grande mídia, a elite conservadora e cassandras de ocasião– não estão aí para fazer campanha de alto nível, comparar programas, para que o povo soberanamente possa escolher. Eles estão decididos a barrar a qualquer custo a continuação do projeto democrático e popular iniciado por Lula e a voltar ao centro do poder nacional. Agem pelos meios oficiais e através de movimentos subterrâneos. Além de ampla estrutura na internet com o intuito de difamar a figura da candidata, uma massa enorme de panfletos que estão sendo produzidos para atingir a imagem de Dilma, montaram gigantesco esquema de telemarketing para essa fase final da campanha. Está em curso um movimento orquestrado por eles, com ressonância em poderosos meios de comunicação, para propagar a desconfiança, o medo e o terror em várias camadas da população contra a candidatura de Dilma Rousseff.

Para alcançar seus intentos esta vasta campanha oficial e subterrânea da oposição visa desacreditar e satanizar a imagem da candidata apresentada por Lula, e afastar do centro do debate os destinos da nossa grande nação, a comparação de governos, os caminhos percorridos e a percorrer, e que programa pode continuar e avançar as mudanças abertas pelo governo Lula.

Não é o resultado circunstancial de uma pesquisa que define probabilidades relativas, que deve nos induzir ao que fazer. Como atua e o que faz nosso adversário, sua atividade aberta e camuflada, sua mensagem enganosa é que deve ser enfrentada. A mentira e o medo não podem prevalecer. Temos uma responsabilidade histórica perante a nação. A luta deve ser decidida no terreno político, com explicação nítida e comparativa de projetos e denúncias perante o povo do jogo sujo perpetrado pela oposição e a elite conservadora desesperada. Portanto, é na luta política. Temos que ir para as ruas, falar com o povo de várias formas. Buscar aliados e ampliar nossa frente. Novas investidas da parte deles podem surgir. Vamos ganhar essa importante guerra política na luta até terminar a apuração no dia 31 de outubro. Abaixo as ilusões!

*Renato Rabelo é presidente nacional do PCdoB

terça-feira, 19 de outubro de 2010

UNE declara apoio a Dilma no 2° Turno

A União Nacional dos Estudantes durante a última reunião de sua diretoria, realizada em São Paulo-SP nos dias 9 e 10 de outubro, aprovou o apoio da entidade a candidatura de Dilma Rousseff a presidência da república.

O apoio dos estudantes brasileiros à Dilma aconteceu em virtude do antagonismo entre os projetos representados pelos candidatos a presidente. Para a UNE, a educação no Brasil não pode voltar a ser tratada com foi na época em que Paulo Renato e José Serra eram ministros de FHC.

No vídeo abaixo o presidente da UNE, Augusto Chagas, participa de atividade da campanha de Dilma e pontua com clareza o que está em jogo no processo eleitoral e qual o papel que os estudantes devem jogar. Contrapondo as declarações de Serra de que a UNE teria mudado de lado e questionando se quem realmente mudou de lado não foi o tucano.

Confira!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Inauguração do Comitê de Juventude do camarada Lula Morais

Galera na próxima sexta-feira(27) vamos inaugurar o Comitê de Juventude do nosso camarada e deputado estadual Lula Morais. A atividade vai começar às 17 horas e acontecerá no Comitê Central Firme na Luta, que fica na Av. da Universidade, 1814 – Centro, próximo a Faculdade de Direito da UFC.

Esperamos a presença de jovens de toda a cidade de Fortaleza e Região Metropolitana para esse que promete ser um bate papo descontraído com um camarada que tem o início da sua trajetória política marcada pela ousadia e irreverência do movimento estudantil no período da redemocratização do nosso país.

Além do ato político de inauguração do Comitê os militantes da União da Juventude Socialista estão preparando um grande happy-hour para animar a moçada que deve aparecer. Portanto, jovem companheiro universitário, secundarista, pós-graduando, sindicalista, artista sinta-se à vontade para participar e contribuir com a arrancada da vitória do nosso deputado Lula Morais 65654.

Mais Informações: www.lulamorais.com.br

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Pega o Beco Galeguim

No último sábado (21) a União da Juventude Socialista do Ceará organizou um ato no centro de Fortaleza com a intenção de conscientizar a população fortalezense da importância de nessas eleições derrotar o coronel eletrônico Tasso Jereissati.

A atividade foi um sucesso! Várias adesões espontâneas à campanha num movimento alegre e descontraído que envolveu comerciários e transeuntes da capital fortalezense naquela manhã de sábado.

O resultado foi mais de 5 mil panfletos com 10 motivos para não votar em Tasso distribuídos, centenas de adesivos colados em vários carros e uma sensação de primeiro passo de uma campanha vitoriosa para o Ceará e o Brasil. Pois derrotar um dos principais opositores do presidente Lula no parlamento é dar a companheira Dilma melhores condições de fazer o Brasil avançar!

Confira alguns vídeos do ato de sábado:

Passando pela Guilherme Rocha


Intervenção do Presidente estadual da UJS Flávio Vinicius


Intervenção da Presidente do Centro Socorro Abreu Nágyla Drumond



Participe da Campanha no Twitter usando a Tag: #PegaoBecoGaleguim

domingo, 1 de agosto de 2010

"O Galeguinho Comeu"

Companheiros, em 2010 temos uma oportunidade única de derrotar o coronel eletrônico que sucateou a educação pública, privatizou as empresas estatais, e colocou o estado do Ceará de joelhos perante o Brasil. Certos de que esta não será uma disputa fácil, temos que nos munir de informações e ter muita disposição para garantir a nossa vitória através da conquista do voto livre e consciente do povo cearense.

Então, acho que todos lembram que ano passado o senador tucano, Tasso Jereissati, discutiu ferozmente com o também senador Renan Calheiros. Na ocasião, Tasso afirmou categoricamente "era com o meu dinheiro, o jato é meu... e eu tenho dinheiro para pagar", após ser chamado de "minoria com complexo de maioria" pelo senador Calheiros. Como vocês podem conferir em (http://www.youtube.com/watch?v=V5yXn9Ehuog&NR=1&feature=fvwp).

Pois é, o resgate desse episódio e do vídeo do mesmo é importante para refletirmos sobre qual destino o "jatinho" do senador Tasso Jereissati tomou, pois na declaração de bens que o senador apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral - TSE, que por sinal totaliza a 'bagatela' de R$ 63.537.081,27, não há nem sinal do jato que o senador afirmou com tanta firmeza ser seu. Confira em: http://divulgacand2010.tse.jus.br/divulgacand2010/jsp/abrirTelaDetalheCandidato.action?sqCand=60000000367&sgUe=CE

Será que aconteceu com o seu próprio jatinho o que um jingle utilizado nas eleições de 2002 antecedera!? Será que o galeguinho que já teria comido do estado a educação, a Teleceará, a Coelce, a Cohab e o BEC, comeu também o seu jatinho da declaração de bens do TSE!? O grão tucano Tasso Jereissati está acostumado a jogar com as regras a seu favor, mas não pode estar acima da lei, portanto é de extrema importância que o Ministério Público investigue detalhadamente essa tal declaração do senador Jereissati.

De qualquer forma, com ou sem jatinho na declaração de bens, o povo cearense já decidiu, o galeguinho dos olhos azuis não renovará o seu mandato.
Vamos à vitória com Eunício e Pimentel para derrotar o grande coronel!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Levantar as bandeiras da juventude, para avançar nas mudanças e impedir o retrocesso

*Por André Tokarski

Estamos na terceira semana oficial da campanha eleitoral e o tema das eleições já contagia boa parte do povo e da juventude. Os primeiros movimentos já deixaram claro que vivemos uma verdadeira guerra eleitoral, de intensa disputa e combate. A juventude brasileira jamais se furtou a um bom combate e agora não será diferente.

É durante as eleições que a política transita com mais facilidade no dia a dia do povo. Vira assunto na escola e no trabalho, dentro de casa e na mesa do bar. Ao seu próprio modo, os trabalhadores e trabalhadoras, estudantes, jovens, mulheres, todos discutem o que pode mudar na sua vida com o processo eleitoral.

A eleição presidencial de 2010 tem características únicas, que devem servir para chamar a nossa atenção para os impactos do seu resultado. O Brasil vive um ciclo de crescimento e desenvolvimento não visto há décadas. Os êxitos obtidos com o Governo Lula transformaram a vida de milhões de brasileiros e brasileiras. Em especial para a juventude, nunca vivemos um período de tantas conquistas importantes. Os sonhos da juventude estão se transformando em realidade e temos a consciência de que existe espaço para mais avanços.

Nos últimos sete anos, mais de 600 mil estudantes de baixa renda tiveram acesso ao Prouni. O REUNI dobrou o número de vagas nas universidades federais, foram criadas mais de 214 escolas técnicas federais . O Projovem beneficiou milhares de jovens com bolsas remuneradas para incentivando a volta à escola e a formação profissional. O Conselho Nacional de Juventude (Conjuve) é um espaço de debate e formulação de propostas com a participação organizada da juventude. E há duas semanas escrevemos o nome da juventude brasileira na Constituição da República.

A UJS tem propostas e compromissos com o Brasil, toda a sua militância deve se empenhar de corpo e alma na campanha eleitoral, apresentado suas propostas e mobilizando a juventude.

Devemos atuar em duas frentes:

1- denunciar com veemência o risco do retrocesso que viveria o nosso país com a eleição de Serra. Volta das privatizações, do desemprego e da marginalização da juventude.

2- Apresentar nossas bandeiras e propostas: reconhecimento da juventude como agente estratégico do novo projeto nacional de desenvolvimento, criação do Sistema Nacional de Juventude, defesa do 50% do Fundo Social do Pré-sal para a educação.

É no debate de conteúdo e na comparação de projetos que vamos conquistar a confiança da juventude e a mobilização social necessária para a construção de um projeto de governo mais ousado , que aprofunde as mudanças iniciadas com o governo Lula.

Por isso, é tarefa de todo militante da UJS participar ativamente das eleições, em todos os âmbitos e espaços, na escola, no trabalho, nas redes sociais, em casa… Devemos lutar para eleger Dilma, mais também nos empenharmos com muita força na eleição de Governadores, Senadores, Deputados Federais e Estaduais comprometidos com as bandeiras da UJS e da juventude.

Vamos à luta!

*André Tokarski é Presidente Nacional da UJS e membro do Comitê Central do PCdoB.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Por que foram condenados os presos que Cuba vai libertar

A igreja católica de Cuba anunciou, dia 7, um acordo com o governo de Raúl Castro e o cardeal Jaime Ortega, arcebispo de Havana, com a assistência do ministro de Relações Exteriores da Espanha, Miguel Ángel Moratinos, para libertar 52 presos remanescentes do desmantelamento da conspiração de 2002/2003 pelo fim do socialismo na ilha. Além dos questões humanitárias, o tema envolve aspectos políticos referentes à resistência antiimperialista na ilha que não podem ser postas de lado.

O acordo beneficia 52 presos; cinco presos terão libertação imediata (Antonio Villarreal Acosta, Lester González Pentón, Luis Milán Fernández, José Luis García Paneque e Pablo Pacheco Ávila), e os demais 47 sairão num prazo entre três e quatro meses e poderão viajar para a Espanha, "se assim o desejarem", como declarou o chanceler espanhol. Em maio, quando as negociações entre o governo de Havana e a Igreja começaram, já havia sido libertado o preso Ariel Sigler.

Os presos fazem parte de um grupo detido, julgado e condenado em 2003 por fazerem parte de uma ampla conspiração antissocialista articulada em torno do chamado Projeto Varela, que, com apoio ativo do governo dos EUA, reuniu 48 organizações antirrevolucionárias (cinco delas com sede nos EUA) para investir contra o governo socialista e iniciar o que chamavam de "transição" para o capitalismo.

O plano previa a formação de uma grande aliança opositora com o objetivo de restabelecer a Constituição de 1940 e, segundo Angel Polanco (presidente do Comitê Pró-Mudança), obter adesões a um abaixo-assinado pela renúncia do governo socialista, pela mudança no sistema político e pela convocação de um Congresso da República, levando ao poder um governo provisório para promover o desmonte do estado socialista.

Apresentada pela imprensa conservadora como um movimento pacifista de oposição ao regime instaurado em 1959, o Projeto Varela fez parte da tentativa norte-americana de desestabilizar o regime e surgiu num ambiente onde as ameaças contra a soberania e a independência de Cuba se multiplicavam.

Declarações de autoridades norte-americanas deixavam claro que ele fazia parte dos preparativos da invasão da ilha. Em 2002 o governador da Flórida, Jeb Bush (irmão de George Bush), pedira ao irmão presidente para providenciar aquela invasão; o embaixador dos EUA na República Dominicana, Hans Hertell disse que o ataque ao Iraque era um "sinal muito positivo e exemplo muito bom para Cuba", sendo o começo de "cruzada libertadora que abarcará todos os países do mundo, Cuba incluída"; o secretário da Defesa Donald Rumsfeld disse, por sua vez, que, se fossem encontrados sinais de armas de destruição em massa em Cuba, "teríamos de agir".

Em abril de 2003 o governo Bush colocou Cuba no "eixo do mal", países que estavam na mira dos EUA por resistirem a suas ameaças de agressão. Um dos pretextos para isso era a acusação falsa feita por John Bolton, subsecretário de Estado, de que Cuba mantinha um programa de armas biológicas. Em outubro de 2003, o próprio Bush disse que "Cuba deve mudar" e que, evidentemente, "o regime de Castro não mudará por decisão própria". E em dezembro circulavam notícias de que vários órgãos do governo dos EUA trabalhavam em planos para a intervenção em Cuba.

No interior da ilha, sob a coordenação de James Cason, chefe do Escritório de Interesses dos EUA em Cuba, os preparativos para a ação contra o governo socialista foram acelerados. A distribuição de dólares foi farta, envolvendo desde o apoio à implantação de emissoras de rádio até o pagamento de cerca de 100 dólares mensais para aqueles que compareciam àquele departamento que é uma espécie de embaixada não formal dos EUA.

Foi uma enxurrada de pelo menos 45 milhões de dólares para financiar a conspiração. Em 2000 a Agência Internacional para o Desenvolvimento dos EUA (Usaid) deu 670 mil dólares para a publicação de panfletos anticomunistas. Outro 1,6 milhão de dólares foi destinado para ONGs contrarrevolucionárias; mais 2,4 milhões foram para o planejamento da "transição" e avaliação do programa.

O Centro para uma Cuba Livre recebeu 2,3 milhões em 2002 para aliciar grupos de oposição; o Grupo de Trabalho da Dissidência Interna ficou com 250 mil; Freedom House e seu Programa para a Transição de Cuba teve 1,3 milhão; o Grupo de Apoio à Dissidência, 1,2 milhão; a agência Cubanet, 1,1 milhão entre 2001 e 2002; o Centro Americano para o Trabalho Internacional de Solidariedade, 168 mil; a Ação Democrática Cubana, 400 mil em 2002.

Enquanto isso, o secretário de Estado assistente para Assuntos do Hemisfério Ocidental, Curtis Struble, disse que a Usaid investiria mais 7 milhões na conspiração anticastrista, e o general Colin Powell, secretário da Estado de Bush, anunciou o investimento de 26,9 milhões na Rádio e na Televisão Martí, mantidas pela CIA para transmitir programação contrarrevolucionária e articular a ação dos conspiradores.

Foi a participação ativa nesta conspiração estrangeira contra o governo de seu país que levou à prisão daqueles que, agora, são beneficiados pelo acordo entre o governo de Raúl Castro e o cardeal Jaime Mendonça. Eles foram condenados sob a acusação de crimes contra a independência e a integridade territorial de Cuba. Foram condenados por trair a pátria socialista a serviço da principal potência imperialista de nosso tempo, os EUA.

Fonte: Editorial do Portal Vermelho

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Hino da UNE

A UNE além de ser uma das organizações mais importantes do movimento social brasileiro é também, sem exagero, a entidade que tem o hino mais bonito. A composição de Carlos Lyra emociona e empolga os jovens estudantes à luta cotidiana pela melhoria da educação e do Brasil.
Por isso resolvi disponibilizar a obra no YouTube e também aqui no blog. Confiram!



Letra completa:

União Nacional dos Estudantes
Mocidade brasileira
Nosso hino é nossa bandeira

De pé a jovem guarda,
A classe estudantil
Sempre na vanguarda
A trabalhar pelo Brasil

A nossa mensagem
De coragem
É que traz
Um canto de esperança
Prum Brasil em paz

A UNE reúne
Futuro e tradição
A UNE, a UNE,
A UNE é união

A UNE, a UNE,
A UNE somos nós
A UNE, a UNE,
A UNE é nossa voz.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Termina 15° Congresso; André Tokarski é o novo presidente da UJS

Cerca de 2 mil jovens participaram de quatro dias de debates, atos políticos e atividades culturais na capital baiana

Terminou em Salvador, em clima de torcida pelo Brasil, o 15° Congresso Nacional da UJS. Os cerca de 2 mil jovens, de todos os estados brasileiros, que mais tarde se reunirão para a despedida assistindo ao jogo da seleção brasileira contra a Costa do Marfim, estiveram devidamente uniformizados de verde e amarelo, na parte da manhã, para a plenária final. Foram decididas as resoluções da entidade para os próximos dois anos e houve a eleição da nova diretoria. O goiano André Tokarski, de 26 anos, foi eleito novo presidente da UJS, um dos mais jovens da história da entidade.

Tokarski admite que presidir a UJS é a maior responsabilidade de sua vida. Porém, sente-se seguro ao contar com a construção diária, de toda a militância, para o sucesso dessa gestão. “Chegamos nesse Congresso com mais de 100 mil filiados e representações em todos os estados, o que dá um pouco da dimensão do nosso alcance com a Juventude Brasileira”, declarou. Leia mais abaixo uma entrevista completa com o novo presidente da UJS.

O Congresso, que teve início na quinta-feira (17) foi marcado pela oficialização do apoio da UJS à candidatura de Dilma Roussef nas eleições presidenciais 2010. Também tiveram destaque os debates do Seminário Nacional Juventude, Participação e Políticas Públicas, realizado pelo Centro de Estudos e Memória da Juventude em parceria com a UJS. O encontro em Salvador teve também a presença de jovens estrangeiros representando juventudes socialistas de cinco outros países: Portugal, Grécia, Venezuela, Sudão e Argentina. Os estrangeiros falaram aos congressistas, durante a plenária final, saudando a UJS.

Resoluções

No campo das políticas para a Juventude, os congressistas defenderam que a Secretaria Nacional de Juventude, criada a partir da mobilização das entidades, ganhe status de Ministério da Juventude. Preocupada na questão do emprego e oportunidade para os jovens, a UJS aprovou a resolução de pressionar o pode público pelo cumprimento da lei de estágio.

Para educação, a UJS propôs mudanças no ensino médio para valorizarem o caráter politécnico e humanista, através de uma estrutura esportiva e cultural. A entidade também cobrou a implementação efetiva da lei 10639, que determina o ensino da história da África e manifestações afro-brasileiras nas escolas. Em relação aos movimentos sociais, os jovens pediram a aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia e decidiram por uma participação ainda mais forte da UJS no movimento LGBT.

No campo internacional, a UJS manifestou sua solidariedade ao Haiti e defendeu uma ação prolongada do Brasil no país nos campos educacionais e de combate à pobreza. Foi também manifestado repúdio ao recente ataque de Israel a um comboio humanitário que se dirigia à Faixa de Gaza. Outras resoluções aprovadas foram o desenvolvimento de uma campanha pela internet banda larga no Brasil e a participação efetiva da juventude na realização das propostas do Plano Decenal da Terceira Conferência de Esporte.

Emoção e Despedidas

Durante a plenária final, também foi realizada uma homenagem aos militantes que, após anos de participação, deixam a UJS nesse 15 Congresso, entre eles, o presidente Marcelo Gavião, que encerrou sua gestão. Ele fez questão de realizar um pequeno pronunciamento de agradecimento aos companheiros: “Esse momento sempre emociona muito quem sai e também a quem fica. Não é exagero dizer, mas vejo aqui entre os companheiros que encerram sua participação, pessoas que dedicaram, pelo menos metade de suas vidas à construção da UJS”, disse.

Entrevista com o novo presidente da UJS André Tokarski:

Como você se sente, pessoalmente tendo a responsabilidade de dirigir a União da Juventude Socialista?


Essa é a maior responsabilidade da minha vida, mas sei que, nesse momento, a minha eleição não é o mais importante para a UJS. Não é a direção que define essa entidade, e sim o conjunto da militância na luta do dia a dia. Sei que precisaremos ter muita consciência em nossas ações porque, atualmente, cria-se sempre uma grande expectativa sobre o posicionamento da UJS nas questões nacionais e muita repercussão com as suas mobilizações. Temos uma interlocução em que levamos nossas reivindicações ao presidente da república, ministros, governadores. Isso gera muita responsabilidade e eu espero contribuir da melhor forma para que a UJS cresça ainda mais.

Qual a sua trajetória nos movimentos de juventude?

Comecei no movimento secundarista em 1997, com 13 anos, quando fui a meu primeiro encontro estudantil, o congresso da UBES. Depois disso, me engajei no grêmio da escola, me filiei à UJS e me juntei à União Municipal de Estudantes Secundaristas (UMES) de Goiânia, da qual acabei sendo presidente. Ingressei na Universidade Federal de Goiânia (UFG) e lá me formei como bacharel em Direito. Durante a universidade, participei do Centro Acadêmico do Curso e fui presidente da União Estadual de Estudantes de Goiás (UEE-MG). Fui também diretor jurídico da União Nacional dos Estudantes (UNE).

Qual é, na sua opinião, o saldo do 15° Congresso da UJS?

Foi um Congresso muito importante. O tema principal “Para ser muito mais Brasil” remete a um momento de muito otimismo do país. Na nossa história recente, nunca tivemos tantas oportunidades de o Brasil dar certo em diversas áreas, incluindo-se aí a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas. Nós temos hoje 50 milhões de jovens no país e as resoluções desse Congresso estão muito relacionadas à mobilização desse grupo. É impossível, atualmente, que qualquer processo importante do país não passe pela juventude.

Quais deliberações foram importantes nesse sentido?

Destaco as resoluções que tivemos em defesa dos 50% do fundo social do pré-sal para a educação e em defesa do marco regulatório para as políticas públicas de juventude. Desde a década de 80, o jovem era visto como um problema social, depois houve um avanço para tratá-lo como um sujeito de direitos. Agora, nós defendemos que o jovem seja entendido como um verdadeiro protagonista nas questões nacionais. Infelizmente, ainda há muito preconceito com os jovens que são vistos como menos capazes. Precisamos mudar esse quadro.

Como será a participação da UJS na campanha da Dilma para presidência da República?

O ato de apoio à candidatura da Dilma demonstrou o prestígio da nossa instituição e a força que ela pode ter em um momento tão crucial como esse das eleições. Todos os nossos anseios, discussões, projetos dependem totalmente do resultado das eleições de 2010. Eu acredito que esse ano teremos um dos maiores desafios da história da UJS, comparado somente a momentos como o Fora Collor em 1992 e a eleição de Lula. Isso porque corremos o risco de pôr a perder uma série de conquistas dos movimentos sociais e dos jovens. O outro candidato é algo como um exterminador do futuro da juventude. Por isso, vamos com tudo para a campanha da Dilma, com a força e as propostas da UJS para a juventude, educação e tantos outros temas debatidos neste 15° Congresso.


Houve uma polêmica, durante a votação das propostas na plenária final, sobre a questão da legalização das drogas. Qual o saldo desse debate?

Primeiro, é importante dizer que a mesa de debate sobre as drogas foi uma das mais concorridas e qualificadas deste Congresso da UJS. Nosso objetivo é ampliar a discussão em torno do tema não apenas da legalização da maconha, mas sobre as drogas como um todo. Este problema, claro, diz respeito a toda a sociedade, mas, principalmente, aos jovens. Haviam três resoluções em votações. Uma dizia que a UJS deveria lutar pela descriminalização da Maconha, outra falava sobre a Legalização. A proposta aprovada, no entanto, foi a de realização no primeiro semestre do ano que vem de um seminário para ampliar o debate sobre o tema. A resolução da UJS avança no sentido da nossa entidade cobrar do Estado e da sociedade um debate sem hipocrisia. Vamos realizar este seminário e de lá sairemos com um proposta mais elaborada sobre este assunto. Assim é a UJS, existe a diversidade, debate, constrói e unifica.


Como a UJS se encaixa nesse novo perfil de juventudes do século XXI?

Toda a diversidade que pôde ser vista neste Congresso consolida, um processo de trabalho que a UJS construiu com suas frentes de trabalho, como o Hip Hop e LGBT. Isso reflete também a diversidade que é a juventude brasileira, que se organiza de maneiras diferentes, mas sempre com a consciência politica. Chegamos nesse Congresso com mais de 100 mil filiados e representações em todos os estados, o que dá um pouco da dimensão do nosso alcance com a Juventude Brasileira. Além disso, ampliamos a possibilidade de contato em novos canais como a internet. É muito importante citar a criação da Rede UJS, uma rede social online que já conta com 50 mil participantes e através da qual podemos expandir a nossa luta. É importante lembrar também que esse Congresso foi transmitido ao vivo, pela internet, com um alcance maior para os companheiros que não puderam estar presentes e para todos outros jovens que venham a conhecer as ideias e propostas da UJS.

Rafael Minoro e Artênius Daniel para: www.ujs.org.br

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Presidente Lula pede para o Ceará 'manerar' contra o Corinthians

Durante a visita do presidente Lula ao estado do Ceará, na última terça-feira. O presidente durante o seu discurso afirmou que torcerá pelo resultado de 0 a 0 para que "ninguém ganhe de ninguém". Lula apostou ainda num bom retorno de Ronaldo contra o alvinegro cearense, "O Ronaldão, depois de um mês parado, vai estrear exatamente contra o Ceará e disse que vai marcar uns 2 gols".
Confira o vídeo:

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Para hoje, para sempre... Gol histórico no dia da Copa! Vitória no Congresso Nacional! Aprovado os 50% do Fundo social do Pré-sal para a educação!

A quinta-feira já pensava em amanhecer na África do Sul, o país da Copa, na véspera da festa de abertura do maior evento esportivo do mundo. No Brasil, os estudantes acompanhavam atentos, como a um jogo da seleção, a votação no plenário do Senado Federal que adentrou a madrugada. Por volta das 3h da manhã do dia 10 de junho de 2010, após mais de 11 horas de discussões, os senadores aprovaram -por 38 votos favoráveis, 31 contrários e uma abstenção- a criação do Fundo Social do Pré-sal. O gol, de placa, que entrou para a história, veio com a aprovação da “emenda da UNE”, que determina que 50% dos recursos deste Fundo sejam destinados exclusivamente ao financiamento da educação pública superior e básica, área considerada pela entidade como estratégica para o desenvolvimento do país.

A vitória histórica dos estudantes foi fruto de ampla mobilização da UNE, UBES e ANPG. Desde o início da semana, diretores das entidades provocaram intenso corpo corpo junto aos parlamentares com objetivo de pressionar e cobrar o comprometimento de cada um com a educação brasileira. As entidades criticaram veementemente por meio de nota oficial o primeiro relatório divulgado na terça-feira, que descaracteriza o objetivo do Fundo Social ao propor que os recursos deveriam ser destinados a diversas áreas, sem dizer claramente qual a prioridade.

Durante toda a quarta-feira, os estudantes realizaram uma Blitz no Congresso Nacional para reverter a redação do projeto e garantir os 50%. As entidades desencadearam também uma “guerrilha virtual” por meio das redes sociais. Milhares de mensagens foram enviadas para todos os senadores via twitter, o que gerou o compromisso público de muitos deles com a votação favorável à emenda.

O presidente da UNE, que ficou até o fim da votação desta madrugada no Senado Federal conversando com os parlamentares sobre a importância dos 50% para a educação, celebra a vitória como uma conquista de todo o povo brasileiro. Para ele, a vitória não é penas desta geração. “Fiz questão de ficar até o último minuto da votação. Conversei com cada parlamentar. Mostrei a importância da nossa emenda para o futuro do nação. Fiquei realmente muito emocionado quando conseguimos a aprovação. É o sonho geracional de transformação do país. Vamos garantir para os nossos filhos e os filhos dos nossos filhos e toda uma geração de brasileiros e brasileiras um futuro promissor, com uma educação pública, gratuita e de qualidade”, disse. "Agora, vamos lutar da mesma forma e com muito mais mobilização em cada canto do Brasil pela promulgação da emenda".

Leia mais no Portal da UNE e UBES: www.une.org.br

quarta-feira, 9 de junho de 2010

O Sucesso Incomoda!

*Por Alberto Lima (Bebeto)

O brasileirão ainda não começou. Isso é o que mais tenho escutado de torcedores sulistas e da turma colorida que sofrerá em breve na série C. Fico a me perguntar; será que após a copa perdemos os 17 pontos conquistados até agora e partiremos do zero novamente? Será que tudo que fizemos até agora foi só de brincadeirinha?

É claro que não, o campeonato já começou sim e faz tempo, para a surpresa de muitos e tristeza dos invejosos, o vozão vai muito bem obrigado. Fizemos em sete rodadas o que o nosso vizinho América(RN), levou trinta e oito rodadas para fazer.

E depois da copa?? Essa é a pergunta que mais ouve. Não sei! não temos como saber. Será que perderemos alguns de nossos atletas? É possível sim. Mas será que as outras equipes fortes que disputam a competição também não perderão seus melhores jogadores para clubes europeus? Certamente que sim.

A verdade é uma só, o Ceará que entrou no brasileirão ciente de suas limitações e com o propósito de apenas nele permanecer, aos poucos começa a vislumbrar novos horizontes.

Nosso sistema defensivo é bom, isso é fato. Em sete partidas levamos apenas um gol e mesmo assim de um pênalte inventado contra o badalado time da vila. Nosso ataque ainda tem carências.

Geraldo que sempre foi o termômentro do time não atravessa uma boa fase. Espera-se, não de hoje, a recuperação do Aílton ou a prometida contratação por parte da diretoria, de mais um meia e outro camisa nove com qualidade para disputar posição com Washington.

Só um toque:


O Ceará passará todo esse período da copa na mídia, sendo enaltecido ou questionado, não importa. É hora do departamento de marketing Alvinegro começar a trabalhar e explorar com inteligencia essa oportunidade impar que se apresenta.

Quanto aos pobres secadores coloridos, aqueles cujo o time conhecerá o norte do país, quem sabe montado no lombo de um burro, recomendo muita paciência e um bom calmante, pois o Vozão vai longe viu!!


* Bebeto, 52 anos, nascido na capital do estado do Ceará, onde reside atualmente, é formado em direito pela Universidade de Fortaleza em 1987, mas atua como comerciante no Centro da nossa capital. Bebeto é torcedor do Vozão de berço, e atualmente é um dos moderadores da comunidade oficial do Ceará Sporting Club. Fez sua estréia na internet em 29/06/07 quando por inexperiência, ainda não tinha noção nenhuma sobre o computador e o mundo virtual. Torcedor oficial do Vozão, sua única paixão clubística, da qual muito se orgulha, sendo frequentador de estádios desde 1969, hábito esse que se mantém até hoje.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O "lado de lá" tá desesperado!

O pré-candidato DEMO-TUCANO a presidente da república José Serra, parece que perdeu de vez o rumo. Além de ainda estar sem ninguém para ser seu vice as vésperas da convenção que o tornará oficialmente candidato, Serra decidiu voltar ao seu estilo agrassivo e disparou acusações contra a ex-ministra Dilma Roussef.

Postura com a qual o tucano está bem habituado e com certeza inclusive prefere.
Serra não poupou esforços na hora de reprimir com violência o movimento social durante o seu governo no estado de São Paulo e por mais que não seja aconselhável eleitoralmente partir para ofensiva contra o presidente Lula e todo o seu campo aliado, Serra parece se identificar mais com esse tipo de atitude do que com qualquer outra.

Não é de hoje que o ex-governador de São Paulo toma atitudes impopulares, foi assim com os estudantes e servidores da USP, em junho do ano passado, foi assim com os professores da rede pública estadual, em março desse ano. E foi assim também quando Serra foi deputado constituínte e teve os seguintes posicionamentos:

a) votou contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas;
b) votou contra garantias ao trabalhador de estabilidade no emprego;
c) votou contra a implantação de Comissão de Fábrica nas indústrias;
d) votou contra o monopólio nacional da distribuição do petróleo;
e) negou seu voto pelo direito de greve;
f) negou seu voto pelo abono de férias de 1/3 do salário;
g) negou seu voto pelo aviso prévio proporcional;
h) negou seu voto pela estabilidade do dirigente sindical;
i) negou seu voto para garantir 30 dias de aviso prévio;
j) negou seu voto pela garantia do salário mínimo real;

Fonte: DIAP - "Quem foi quem na Constituinte";pag. 621.


É Serra, eu não sei o que vai ser mais difícil em 2010, o Brasil do Dunga ganhar a Copa, o Lula ser reeleito, ou você ganhar essas eleições...

sábado, 29 de maio de 2010

Tributo a João Amazonas

A Fundação Maurício Grabois em homenagem ao oitavo aniversário do falecimento de João Amazonas, um dos maiores dirigentes comunistas que o nosso país pode conhecer, lançou este vídeo para homenagear o grande líder que foi o camarada João.


Oito anos sem João Amazonas. Neste período houve grandes mudanças na política e na sociedade brasileira, em cuja construção o veterano dirigente comunista teve um papel destacado. Ele não chegou a ver a vitória de Lula em 2002, embora tenha sido um dos maiores entusiastas partidários da candidatura do líder operário e sindical à presidência da República desde o já longínquo 1989 e a Frente Brasil Popular. Mas deixou a marca de suas idéias e da sabedoria política acumulada em mais de seis décadas de militância comunista – idéias impressas na bandeira do PCdoB e que têm influência não só no Congresso Nacional e no governo federal, mas principalmente na luta das massas pela democracia, pela soberania nacional e pelo progresso social.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

João Amazonas, a referência necessária

*Por Luiz Manfredini

“… no Partido reside o fator determinante dos sucessos
ou dos fracassos da revolução e da edificação socialista”.


JOÃO AMAZONAS

Nesses tempos novos, no Brasil e no mundo, novos e, portanto, desafiantes para quem trilha o caminho da transformação social, lembro-me frequentemente de João Amazonas, o construtor e o principal ideólogo do PCdoB, falecido em 27 de maio de 2002. Teria completado 98 anos, mas viveu 90, 67 dos quais dedicados à luta pelo socialismo em nosso País. De 1962 a 2001, foi o dirigente principal do PCdoB. Vasta, portanto, sua experiência. E vasto e fecundo o pensamento que desenvolveu, persistente e agudo, até o fim da vida.

Diante desses tempos novos, das singularidades da luta pelo socialismo e por sua construção no mundo contemporâneo, poderíamos recolher de João Amazonas reflexões em diversos campos da atividade revolucionária. Opto por uma, cuja centralidade me parece atualíssima tanto para os comunistas, como para os que almejam a construção de uma sociedade socialista em nosso País. Refiro-me ao meio que tornará possível a conquista dessa nova ordem entre nós, ou seja, o partido revolucionário, os homens e mulheres que, nas palavras de Engels, “serão os únicos a possuir força e vontade para chamar à vida esta sociedade nova e melhor”.

Amazonas tratou disso no texto “Força decisiva da revolução e da construção do socialismo”, escrito em 1996. Eram os tempos miseráveis da década neoliberal no Brasil e a poeira do muro de Berlin ainda sufocava mentes e abalava convicções. Ao aprofundar seu exame sobre a derrota do socialismo no Leste europeu (iniciado quatro anos antes, no processo do VIII Congresso do PCdoB), Amazonas focou a questão crucial do partido como intérprete e condutor das mudanças. Não qualquer partido, mas um dotado das “qualidades indispensáveis ao cumprimento de sua missão histórica”. E citou o conselho de Marx e Engels aos dirigentes comunistas alemães: “Pactuai acordos para alcançar objetivos práticos do movimento, mas não trafiqueis com os princípios, não realizeis ‘concessões’ teóricas”.

Com Lênin

Amazonas situa Lênin como “quem, pela primeira vez, desenvolveu a teoria do partido como organização dirigente da classe operária e como instrumento insubstituível à vitória da revolução social”. O dirigente bolchevique, prossegue Amazonas, “sustentou a idéia do partido de princípios, marxista, que atua em todas as lutas dos trabalhadores e do povo, mantendo sempre sua feição revolucionária”. Na visão leninista, que Amazonas defende, “o partido deveria ser organização de vanguarda, uma vez que somente uma parte da sociedade, e mesmo da classe operária, tem condições de compreender em profundidade o processo da transformação histórica”. Em outras palavras: “O partido não é uma organização de frente única, na qual cabem diversas correntes em pugna por objetivos imediatos”.

Ao analisar as circunstâncias da derrota socialista na então URSS e no Leste da Europa, Amazonas afirma: “Indubitavelmente, o PCUS degenerou. A derrota do socialismo começou precisamente com a degeneração dessa organização de vanguarda. Ainda no tempo de Stálin já apareciam sérios indícios. O PCUS burocratizava-se, desligava-se da classe operária e das amplas massas populares, caía na rotina e no formalismo, estimulava a fé supersticiosa nos dirigentes (…). Muitos quadros faziam ‘carreira’ no partido, visando a interesses pessoais”.

Para Amazonas, “socialismo e partido são inseparáveis. Apareceram juntos e caminharam juntos no histórico cenário dos entrechoques de classes”. Assim, “é impossível mudar o regime econômico e social sem ter como suporte fundamental uma organização de vanguarda”. E prossegue: “Para vencer, [o partido] precisa situar-se ideologica e politicamente no campo do proletariado, não apenas na fase da revolução, mas durante todo o período de transição, até a passagem ao comunismo, abrindo caminhos novos à transformação da sociedade”.

“Os fracassos originam-se, em última instância, das posições de conciliação de classes, das ilusões pequeno-burguesas de que se pode triunfar nos marcos do regime capitalista, ou realizar as mudanças históricas adaptando-se às normas e ao estilo de vida burgueses”. Mas adverte: “A luta de classes não pode ser enfrentada de maneira mecânica, sectária. O proletariado luta em todos os terrenos, utilizando as contradições existentes no campo adversário, defendendo as conquistas sociais, as liberdades democráticas, avançando passo a passo na estradaque conduz à revolução e o socialismo”.

Por todas essas razões, Amazonas conclui: “Cuidar do Partido para podermos dizer, como Lênin, do Partido bolchevique: ‘Nele temos fé, nele vemos a inteligência, a honra e a consciência de nossa época”.

Não se poderia pensar em outro modo de homenagear o velho dirigiente comunista, em seu 98o aniversário de nascimento, senão focando e difundindo as férteis reflexões que produziu e que se projetam para iluminar a contemporaneidade da luta revolucionária em nosso País.

*Luiz Manfredini é Jornalista e escritor paranaense, autor de “As moças de Minas” e “Memória de Neblina”.
*Atualizada por Ivo Braga, as 9:50 de 27 de maio de 2010

O Maior Programa de Distribuição de Renda do Planeta

O Programa Bolsa Família (PBF) foi criado logo no primeiro ano do governo Lula, pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), com o objetivo de unificar os programas sociais já existentes no país em apenas um programa social de transferência de renda.

A principal diferença do Bolsa Família em relação aos programas sociais existentes no Brasil até então, é o seu caráter de transferência direta de renda com condicionalidades, fato que torna o programa grandioso por não tratar apenas dos problemas imediatos da pobreza, mas, por quebrar um ciclo de pobreza de geração a geração.

Pois para uma família ser atendida pelo programa, além de estar em situação de pobreza (Renda Per Capita mensal entre R$70 e R$ 140) ou extrema pobreza (Renda Per Capita mensal até R$70) é necessário que a família cumpra as condições em áreas fundamentais como educação: freqüência escolar mínima de 85% para crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos e 75% para jovens entre 16 e 17 anos, saúde: acompanhamento do calendário vacinal das crianças, do pré-natal das gestantes e das nutrizes entre 14 e 44 anos, e assistência social: freqüência mínima de 85% da carga horário oferecida pelos serviços socioeducativos.

Atualmente 12.548.861 famílias são atendidas pelo PBF em todos os municípios brasileiros, o que significa 79,47% do total de famílias cadastradas no MDS que se enquadram perfil Bolsa Família (Renda Per Capita mensal até R$ 140). Com base nesses números podemos afirmar que o programa atinge seus objetivos, pois consegue chegar às famílias que realmente precisam, contribuindo de forma concreta para a redução da extrema pobreza no país e contribuindo também para a melhoria das condições alimentares e sociais das famílias beneficiadas.

Portanto, apesar das críticas feitas pela oposição do governo no congresso nacional do programa ser ‘meramente eleitoreiro’ podemos comprovar que o Programa Bolsa Família é de fundamental importância para o desenvolvimento do Brasil, não só em termos econômicos, mas, principalmente em seu caráter social, pois trata-se, de uma medida anticíclica que promove benefícios para a economia como um todo, ao tempo em que promove-se inclusão social dos beneficiados dando-lhes a oportunidade da tão esperada ascensão social.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Lampião e seu bando em exposição na Cidade dos Funcionários

Com a presença da neta de Lampião, a exposição Cangaceiros tem abertura marcada para esta quinta-feira (06). Integra a programação, ainda, exibições de filmes e uma Feira Mix.

As fotos em branco e preto ainda guardam a força que os personagens emanavam na época. Lampião e seu bando - sem esquecer Maria Bonita, Corisco, Dadá - estão, mais uma vez, disponíveis aos olhos do público.

As volantes que cruzaram o caminho de um dos homens mais procurados da história do País (com e sem trocadilho) também estão lá, na exposição Cangaceiros, que tem abertura marcada para hoje, às 19h30min: em imagens, material de jornais da época e outros objetos, como armas, roupas e bijuterias. Com curadoria da cubana Lídia Sarmiento e a coordenação de Ricardo Albuquerque, a exposição fica em cartaz até dia 30 de julho, no recém-inaugurado Espaço Cultural Porto Freire.

Logo mais à noite, além da exposição, os visitantes vão ter uma conversa com Vera Ferreira, herdeira do sobrenome e da perseverança do Rei do Cangaço. Ao longo de algumas décadas, a jornalista tem colhido material sobre a história da família & por ter nascido cerca de 20 anos após da morte dos avós, só aos 13 é que ela se deu conta da importância do personagem para o País. `

`A história que eu ouvia era sempre pelo lado do vencedor, e, não, pelo lado do vencido. Parecia só ter um lado. É preciso entender, por exemplo, o que levaram essas pessoas a entrarem no cangaço``, coloca Vera. Pesquisa que continua sem tréguas, e que leva a muitas descobertas.

"É um trabalho longo, passei por lugares que eles passaram, tentei conquistar a confiança das pessoas que eles conheceram e que tinham objetos deles. Isso é um caminho longo mesmo. Até hoje eu busco``, detalha.

Depois de tantas viagens, depois de tantos encontros, duas constatações. ``Infelizmente, a gente não tem um local onde reúna todo esse material colhido. Um memorial do cangaço``, lamenta. Por outro lado, a pesquisadora acredita que o cangaço já é visto com outros olhos. ``As pessoas hoje tem um novo olhar sobre a história do Brasil. Já olham o cangaço de forma diferente. Os professores de história são grandes responsáveis por isso``, defende.

Memória

A exposição já esteve em outros lugares, desde Paris, na França, a Souza, na Paraíba, passando pelo Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Quem conta é Ricardo (também da linhagem de outra importante figura para o Brasil, o fotógrafo Chico Albuquerque) que cuidou da exposição ao lado de Lídia.

``As fotos datam de 1926, são as primeiras fotos durante a visita dele a Juazeiro, quando ele recebeu a patente de capitão pra combater a coluna Prestes. São fotos de Pedro Maia e Lauro Cabral``. A exposição não termina aí. ``E tenho outras fotos de autores desconhecidos, numas fazendas. São imagens interessantes, principalmente as fotos relacionadas às volantes & tem algumas do Benjamin (Abrahão) & e das cabeças, consideradas prêmios pelas volantes".

Faz parte da mostra, ainda, a exibição de um filme de Benjamin Abrahão, ainda hoje à noite. Abençoado por Padre Cícero, o mascate libanês conseguiu adentrar ao bando de Lampião, tornando-se seu fotógrafo e cineasta oficial. Nos sábados de maio acontecerão exibições de mais filmes, todos relacionados à temática do cangaço. Em junho, o Parque del Sol, onde fica localizado o Espaço Cultural Porto Freire, abriga uma feira mix, com artesanatos, comidas típicas e danças regionais.

Serviço

CANGACEIROS - Abertura, hoje, da exposição com curadoria de Lidia Sarmiento. No Parque del Sol, às 19h30. Na rua Joãozito Arruda, s/n. Cidade dos Funcionários. A mostra fica aberta de hoje até 30 de julho. Horário de visitação: terça à sexta das 9h às 19h e sábados e domingos das 14h às 19h. Ainda como parte da programação do evento, todo sábado do mês de maio, às 10h, no Espaço Cultural Porto Freire, acontece o Cine Cangaço. E nos sábados de junho, a partir das 17h, no Parque del Sol, acontece a Feira Mix.

Fonte: Jornal O Povo

sexta-feira, 30 de abril de 2010

MOVÊ-LOS divulga manifesto contra discriminação homofóbica na UFC

O Movimento Pela Livre Orientação Sexual - MOVÊ-LOS divulga Manifesto contra discriminação na UFC, o documento relata o constrangimento sofrido por um aluno do curso de letras da instituição e reivindica respeito e cidadania. Leia na íntegra o manifesto assinado pelo MOVÊ-LOS e subescrito por entidades solidárias à luta dos companheiros.

Manifesto contra discriminação: transfobia nos banheiros da UFC/Curso de Letras

À Universidade Federal do Ceará,
Ao Centro Acadêmico
À Sociedade,

Acessibilidade aos Banheiros & o Respeito à Trans e Travestis

Historicamente, os banheiros foram lugares os quais pessoas com poder, autoridade ou riqueza negavam acesso a outras pessoas. Há uma centena de anos, apenas pessoas com posses poderiam se dar ao luxo de ter banheiros em suas casas. Os pobres eram forçados a usar sujos e fétidos banheiros públicos.

Nos Estados Unidos, até não muito tempo atrás, banheiros públicos eram divididos entre "brancos" e "pessoas de cor". Os banheiros reservados a "pessoas de cor", assim como os espaços reservados para tais pessoas em restaurantes e transportes públicos, eram muito mais inconvenientes e não-higienizados que as mesmas facilidades reservadas às pessoas brancas. A eliminação destes espaços se deu sob a insígnia de que separar significa no mais das vezes segregar.

No dia 24 de março de 2010, o aluno Emílio Araújo da Silva, cuja identidade de gênero é Sílvia, do curso diurno de Letras da Universidade Federal do Ceará, teve acesso ao banheiro feminino reclamado ao Centro Acadêmico do curso, embora vestisse trajes femininos. Esse não é um caso isolado, pois, diariamente, nós (homossexuais, bissexuais, trans e travestis) temos nossos direitos individuais desrespeitados.

As universidades e escolas são reflexos da sociedade. E isso faz com que as práticas homofóbicas e transfóbicas sejam tratadas com naturalidade. Essa omissão por parte do corpo docente dessas instituições tem como conseqüências: evasão escolar e universitária, segregação, exclusão, falta de diálogo, desrespeito aos homossexuais, bissexuais, trans e travestis.

O artigo 5º, da Constituição Federal de 1988, Título II, dos “Direitos e Garantias Fundamentais”, diz o seguinte: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade". E no inciso XV do artigo que "é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens”. Contudo, não há na Constituição termo algum que indique quem tem direito ou não de frequentar qualquer dos banheiros, seja feminino ou masculino.

As questões que envolvem transexuais e travestis dizem respeito à identidade de gênero. Diz respeito à nossa constituição enquanto pessoas: como vemos a nós mesmos, seja como mulheres ou como homens. A principal demanda das pessoas trans é o reconhecimento de suas identidades. O livre acesso a qualquer facilidade deve ser de acordo com a identidade de gênero da pessoa. Quem vê a si próprio como uma mulher, deve ser reconhecido como MULHER e deve ter garantido seu acesso ao banheiro feminino. Da mesma forma, quem se vê como um homem é, antes de tudo, um HOMEM e deve ter garantido seu acesso ao banheiro masculino. A GARANTIA DOS DIREITOS HUMANOS DAS PESSOAS TRANSEXUAIS E TRAVESTIS NÃO SE DÁ COM A CRIAÇÃO DE BANHEIROS DIFERENCIADOS, MAS SIM NA INCLUSÃO DESTAS PESSOAS NOS BANHEIROS JÁ EXISTENTES. Só desta forma as pessoas trans estarão incluídas socialmente, e não segregadas. Não somos seres anômalos, mas sim humanos que merecem RESPEITO.

O incômodo da presença trans nos banheiros convencionais é o incômodo racista ante a presença negra; é o incômodo xenofóbico contra o estrangeiro, o nordestino, o outro, este estranho. INCÔMODO. O ódio irracional, a rejeição, a repulsa ante o diferente. É o incômodo nazista que fez dizimar milhões e milhões de seres humanos nos fornos de Auschwitz; é o incômodo dos invasores europeus ante os habitantes originais da Pachamama, o grande massacre que se sucedeu e o oceano de sangue jorrado dos seus corpos inocentes, despedaçados pelo escárnio do invasor. É o incômodo da criança faminta na esquina, ignorada pelo olhar esnobe. O incômodo ante os inúteis, ante os doentes, os velhos, os inválidos, ante aqueles que de nada valem.

Sofremos a homofobia, lesbofobia e transfobia, nas praças, shoppings, escolas, universidades, no mercado de trabalho, na Saúde. Temos que desmistificar a questão que os homossexuais só procuram os banheiros públicos para a prática sexual; desmistificar que todo ou toda homossexual é promíscuo. Esse é o olhar que a sociedade tem. Ele não corresponde à nossa real condição. Nós do Movimento LGBTT lutamos diariamente para que não nos sejam impostos constrangimentos e/ou homofobia. Precisamos, antes de qualquer coisa, de diálogo entre o movimento e a sociedade. Nós temos que conhecer uns aos outros de verdade.

Nós não somos uma ameaça à sociedade, e sim ameaçados por ela. Não oferecemos perigo, porque nossos objetivos não são prejudicar nem ofender os outros. Também não queremos mudar o modo de pensar das pessoas para sermos aceitos. Tudo o que precisamos é de RESPEITO E CIDADANIA GARANTIDOS

Fortaleza, 30 de abril de 2010.
MOVELOS – Movimento pela Livre Orientação Sexual

Apoiam:

UJS – União da Juventude Socialista
ACES – Associação Cearense de Estudantes Secundaristas
UBES – União Brasileira de Estudantes Secundaristas
UNE – União Nacional de Estudantes
FBFF – Federação de Bairros e Favelas de Fortaleza

Seguranças da UFPI que agrediram estudantes são condenados a pagar cestas básicas

Os estudantes da Universidade Federal do Piauí que foram agredidos pelos seguranças da instituição no dia 30 de outubro passado foram condenados a pagar 15 (quinze) cestas básicas pelas agressões físicas e verbais cometidas no ato violento que aconteceu durante o protesto contra a entrega de título de Doutor Honoris Causa ao ex-governador Hugo Napoleão do Rego Neto pelo Conselho Universitário da UFPI.

Na época do acontecido a Universidade Federal do Piauí, através de sua assessoria de imprensa, negou que tinha havido qualquer tipo de agressão por parte dos seguranças, mas para o DCE UFPI a verdade veio à tona e a justiça no último dia 28 comprovou as agressões e condenou os seguranças pelo ato violento que foi comandado pelo reitor Luís Júnior.

O DCE UFPI lamenta que a administração superior da UFPI esteja tratando as manifestações pacíficas com atos de brutalidade e deixa a mensagem de que os estudantes nunca irão calar a voz diante de barbaridades praticadas por qualquer administrador que vá de encontro aos interesses da comunidade universitária.

O Diretório Central dos Estudantes da UFPI não se rende ao mandatário Luís dos Santos Júnior e renova o convite à classe estudantil a erguer seu grito de luta e esperança por uma UFPI democrática e que sirvam aos interesses do povo do Piauí, pois precisamos resgatar a democracia interna da Instituição. Esse registro de violência ficará em nossa memória e não fará a luta parar, pois resistiremos sempre.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Marx contra o Estado? – Os enganos de um professor de filosofia

*Por José Carlos Ruy

Renato Janine Ribeiro investe contra Lenin, contra os comunistas e contra os partidos comunistas. Eles teriam adulterado o pensamento de Marx, do qual teriam se apropriado indevidamente, deixando na sombra um Marx “democrático” – tese que não se sustenta mesmo com um superficial exame das obras dos fundadores do socialismo moderno.

Uma cadeira acadêmica não significa o conhecimento automático da obra de um pensador como Karl Marx. É o que se pode concluir do artigo do professor Renato Janine Ribeiro, titular de Ética e Filosofia Política na Universidade de São Paulo, publicado em O Estado de S. Paulo (27/04/2010), sob o título "Marx sem Lenin".

No afã de transformar Marx num mero liberal, Janine torce afirmações do fundador do socialismo moderno e afirma coisas que ele não defendeu, fazendo uma caricatura que o coloca entre o anarquista e o neoliberal ao atribuindo-lhe a defesa da destruição pura e simples do Estado.

Janine também acusa Lenin e os partidos comunistas de terem se apropriado, "indevidamente", do pensamento de Marx, falsificando-o. "Lenin adulterou o que havia de melhor em Marx - um certo espírito democrático", escreveu na conclusão de seu artigo, afirmando que não se pode "deixar Marx refém do comunismo histórico", que fez, a partir do leninismo, "um dos usos mais duvidosos que se pôde fazer do marxismo".

Cada um pode ter lá o seu próprio Marx na cabeça. O problema começa quando, para isso, faz afirmações que, elas sim, distorcem o pensamento originário de um autor (no caso, Marx) para fazê-lo caber em suas próprias inquietações. Renato Janine diz que o nome de Marx "foi fartamente invocado pelos partidos comunistas e/ou marxistas-leninistas no último século" e que "talvez esses partidos não passassem num exame sobre o pensamento de Marx". Nesse ritmo, adianta o que
imagina serem as posições de Marx sobre o Estado que, diz, não defendia nem o Estado máximo, nem o mínimo, mas "o Estado nenhum", aproximando-se dos anarquistas - e dos modernos neoliberais, é preciso dizer. E conclui que "esse Marx está muito longe do comunismo do século 20!"

Nosso comentador – e “modernizador” – de Marx investe contra Cuba e as experiências contemporâneas de construção do socialismo, mas seu foco principal é a questão do Estado que, tudo indica, não estudou a fundo seja na obra de Marx e Engels, seja nos escritos de Lenin, que Janine abomina e a quem atribui a fundação de um estado “totalitário e policial” e não a primeira experiência de construção do socialismo da história.

Não é necessário um estudo exaustivo para expor a "porosidade", digamos assim, dos argumentos do professor. A leitura do Manifesto do Partido Comunista; dos escritos históricos sobre a revolução na França (A Guerra Civil na França, O 18 Brumário de Luis Bonaparte, Lutas de Classe na França);da Crítica do Programa de Gotha, escrito por Marx em 1875; ou do próprio Lenin (particularmente O Estado e a Revolução, onde se surpreenderia ao encontrar uma enfática defesa do fim do Estado, ou o caderno com as anotações de Lenin para este livro, publicado sob o título de O Marxismo e o Estado) indicaria alguns pontos que Janine não levou em consideração.

Em primeiro lugar, são obras com abundantes argumentos pelo fim do Estado; neste ponto Janine tem razão. Mas, tudo indica, ele só teria lido esta parte da argumentação, deixando de lado a caracterização de classe do Estado que Marx e Engels queriam ultrapassar, e sem levar em conta principalmente o instrumento para realizar esta tarefa, o Estado de classe do proletariado. Eles deixaram, em seus escritos, frequentes referências à natureza do Estado contra o qual lutavam: ao Estado da burguesia. Finalmente, a descrição do caminho para se alcançar essa supressão: a instauração da ditadura democrática do proletariado.

As anotações de Lenin resumem esta argumentação espalhada pelos escritos de Mare Engels, e basta seu exame para demonstrar a falência teórica de Janine. Elas mostram que Marx e Engels estavam distantes dos anarquistas e dos liberais; que o Estado a ser destruído era uma organização concreta, o Estado da burguesia; que há um período de transição entre o capitalismo e o comunismo, o socialismo, durante o qual, para construir uma sociedade nova, o proletariado tem necessidade de um Estado próprio contra seus adversários de classe; finalmente que, sendo o Estado expressão de sociedades divididas em classes antagônicas, a condição para sua extinção é o fim anterior do capital e do capitalismo, e das próprias classes sociais.

Estas convicções foram mantidas por Marx e Engels durante sua longa atividade teórica e revolucionária. No Manifesto do Partido Comunista, de 1848, haviam caracterizado o poder político como a "a violência organizada de uma classe" contra outra e o Estado como o "comitê que administra os negócios comuns de toda a classe burguesa". Contra o qual o primeiro passo da revolução proletária é a transformação do "proletariado em classe dominante", ou seja, "a conquista da democracia" e a construção de seu próprio Estado de classe.

Em 1872, numa carta a Teodoro Cuno, Engels dizia: acabe com o capital “e o Estado cairá por si só". E indicava a diferença, que considerava fundamental, entre o seu ponto de vista e o de Marx, e o dos anarquistas: "abolição do Estado sem uma revolução social prévia é um absurdo. A abolição do capital é precisamente a revolução social e implica uma mudança em todo o modo de
produção".

Engels voltou ao assunto num artigo escrito em 1883, por ocasião da morte de Marx, dizendo que, em relação ao fim do Estado, eles mantiveram "sempre a opinião de que para conseguir este objetivo – e outros muito mais importantes – da revolução socialista, a classe operária deve conquistar o poder político organizado do Estado e, com sua ajuda, derrotar a resistência da classe dos capitalistas e organizar a sociedade de maneira nova".

Este ponto de vista havia sido fixado por Marx, de maneira definitiva, em 1875 quando, nas anotações críticas ao Programa de Gotha (adotado pelo partido socialista alemão no congresso daquele ano), ele foi claro quanto à natureza do Estado no período de transição entre o capitalismo e o socialismo. Marx descreveu como os Estados modernos "assentam todos nas bases da moderna sociedade burguesa" sendo, portanto Estados de classe, burgueses. E reafirmou a fórmula que faz o escândalo dos antiestatistas (e antileninistas) de todos os tempos, a da necessidade de uma transição entre o capitalismo e o socialismo dirigida por um Estado cuja forma é a ditadura revolucionária do proletariado. "Entre a sociedade capitalista e a sociedade comunista medeia o período de transformação revolucionária da primeira pela segunda. A este período corresponde um período de transição política, em que o Estado não poderá ser outra coisa senão a ditadura revolucionária do proletariado", escreveu.

Onde está a diferença entre o pensamento de Marx e Engels e o pensamento de Lenin, a respeito da natureza do Estado e das condições de sua supressão, que Renato Janine assegura existir?

O estudo desapaixonado destes problemas indica, ao contrário, a continuidade entre o pensamento daqueles fundadores da moderna ciência política do socialismo e do proletariado, sendo Lenin o legítimo continuador da obra inaugurada em 1848 por Marx e Engels. Na época da revolução russa, foram os mencheviques que, paradoxalmente, traíram o pensamento de Marx ao se apegarem à letra de seus escritos como os crentes se fixam às obras canônicas de suas religiões. Eles deixaram de lado a realidade concreta da revolução russa que ocorria nas ruas e nos campos, e não nos livros, e cuja vitória, ao contrário do que pensa Renato Janine – e os críticos de Lenin de todos os tempos – confirmou os ensinamentos de Marx e Engels a respeito do poder político e de seu uso pelo proletariado.

A construção do socialismo na URSS sofreu vicissitudes terríveis em seu desenvolvimento, desfigurando o Estado proletário de direito e a democracia proletária que deveria viger sob ele. Foram problemas graves que precisam ser analisados e superados pelos comunistas e revolucionários. Mas a alternativa para eles não seria – como sugerem aqueles que pensam como Renato Janine – a
república democrático burguesa e suas instituições, mas a radicalização da democracia proletária e o reforço do poder do Estado proletário contra as ameaças das classes dominantes (internas e estrangeiras) e do controle social sobre aquele Estado.

Renato Rabelo, presidente nacional do Partido Comunista do Brasil, argumenta com razão que os teóricos do capitalismo são geriatras enquanto os defensores do socialismo são pediatras. Afinal, enquanto o tempo do capitalismo pode ser contado em séculos e este sistema revele os graves sintomas de sua senilidade histórica, o socialismo é ainda uma "criança histórica", com idade medida em poucas décadas. A história trágica do socialismo no século XX não autoriza as
conclusões de Renato Janine, de que "um projeto empenhado na extinção do Estado foi desviado para a construção de um Estado totalitário e policial." E muito menos sobre a descontinuidade entre um Marx "democrático" (o que significa esta palavra, neste contexto?) e um Lenin autoritário e que deformou sua obra.

Este engano histórico brutal só é possível em autores que só encaram a realidade através das páginas dos livros, à margem das experiências políticas concretas. Da mesma forma, seria de esperar que condenassem vivamente a república burguesa. Afinal, Napoleão, que consolidou o ideário da revolução francesa de 1789, tornou-se notável e cresceu na liderança do Estado burguês que nascia na França depois de metralhar manifestações populares em Paris e fuzilar e abusar da força das armas contra populações estrangeiras que ousassem resistir à ocupação pelas
tropas que comandava.

Ao considerar a história, Renato Janine parece acreditar mais em Pablo Milanez, que a descreveu poeticamente como um "carro alegre", do que com Engels, que a viu, no fim da vida, como "a mais cruel de todas as deusas". A história, enquanto existirem as classes sociais, é a história da luta de classes, e ela é implacável.

*José Carlos Ruy é jornalista e editor do jornal Classe Operária.

sábado, 24 de abril de 2010

Programa de TV do PCdoB

O PCdoB levou ao ar na última quinta-feira, 22, um programa partidário ousado, palpitante, otimista e de forte conteúdo político. Ao longo de dez minutos, os comunistas falam de sua participação no governo Lula, no Parlamento e de sua visão avançada sobre o país, baseada num novo projeto nacional de desenvolvimento, um dos principais pontos de seu Programa Socialista.

Confira a seguir:


www.pcdob.org.br

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Carta aberta de Brizola Neto a José Serra: o Brasil não pode mais

Li boa parte de seu discurso, senhor José Serra. Talvez eu seja hoje o que o senhor foi, na minha idade, quando era um jovem, que presidia a União Nacional dos Estudantes e apoiava o governo João Goulart no Comício da Central. Quando o senhor defendia o socialismo que hoje condena, o patriotismo que hoje trai, o desenvolvimento autônomo do Brasil do qual hoje o senhor debocha.

O senhor, como Fernando Henrique, é útil aos donos do Brasil — sim, Serra, o Brasil tem donos, porque 1% dos brasileiros mais ricos tem o mesmo que todos os 50% mais pobres — porque foi diferente no passado e, hoje, cobre-se do que foi para que não lhe vejam o que é.

O símbolo do Brasil que não pode mais, que não pode ser mais como o fizeram.

Não pode mais o Brasil ser das elites, porque nossas elites, salvo exceções, desprezam nosso povo, acham-no chinfrim, malandro, preguiçoso, sujo, desonesto, marginal. Têm nojo dele, fecham-lhe os vidros com película para nem serem vistos.

Não pode mais ser o país das elites, porque nossas elites, em geral, não hesitam em vender tudo o que este país possui — como o senhor, aliás, incentivou fazer — para que a “raça superior” venha aqui e explore nossas riquezas de maneira “eficiente” e “lucrativa”. Para eles, é claro, e para os que vivem de suas migalhas.

Não pode mais ser o Brasil dos governantes arrogantes, como o senhor, que falam de cima — quando falam — que empolam o discurso para que, numa língua sofisticada, que o povo não entende, negociem o que pertence a todos em benefício de alguns.

Não pode mais ser o país dos sábios que, de tão sabidos, fizeram ajoelhar este gigante perante o mundo e nos tornaram servos de uma ordem econômica e políticas injustas. O país dos governantes “cultos”, que sabem miar em francês e dizer “sim, senhor” em inglês.

Não pode mais ser o país do desenvolvimento a conta-gotas, do superávit acima de tudo, dos juros mais acima de tudo ainda, dos lucros acima do povo, do mercado acima da felicidade, do dinheiro acima do ser humano.

O Brasil pode hoje mais do que pôde no governo do que o senhor fez parte.

Pôde enfrentar a mais devastadora crise econômica mundial aumentando salário, renda, consumo, produção, emprego quando passamos décadas ouvindo, diante numa crise na Malásia ou na Tailândia que era preciso arrochar mais o povo.

Pôde falar de igual para igual no mundo, pôde retomar seu petróleo, pôde parar de demitir, pôde retomar investimentos públicos, pôde voltar a investir em moradia, em saneamento, em hidrelétricas, em portos, em ferrovias, em gasodutos. Pôde ampliar o acesso à educação, ainda que abaixo do que mereça o povo, pôde fazer imensas massas de excluídos ingressarem no mundo do consumo e terem direito a sonhar.

Pôde, sim, assumir o papel que cabe no mundo a um grande país, líder de seus irmãos latino-americanos.

O Brasil pôde ser, finalmente, o país em que seu povo não se sente um pária. Um país onde o progresso não é mais sinônimo de infelicidade.

É por isso, Serra, que o Brasil não pode mais andar para trás. Não pode voltar para as mãos de gente tão arrogante com seu povo e tão dócil aos graúdos. Não pode mais ser governado por gente fria, que não sente a dor alheia e não é ansiosa e aflita por mudar.

Não pode mais, Serra, não pode mais ser governado por gente que renegou seus anos mais generosos, mais valentes, mais decididos e que entregou seus sonhos ao pragmatismo, que disfarça de si mesmo sua capitulação ao inimigo em nome do discurso moderno, como se pudesse ser moderno aquilo que é apoiado pelo Brasil mais retrógrado, elitista, escravocrata, reacionário.

Há gente assim no apoio a Lula e a Dilma, por razões de conveniência-político eleitoral, sim. Mas há duzentas vezes mais a seu lado, sem qualquer razão senão a de ver que sua candidatura e sua eleição são a forma de barrar a ascensão da “ralé”. Onde houver um brasileiro empedernidamente reacionário, haverá um eleitor seu, José Serra.

Normalmente não falaria assim a um homem mais velho, não cometeria tal ousadia.

Mas sinto esta necessidade, além de mim, além de minha timidez natural, além de minha própria insuficiência. Sinto-me na obrigação de ser a voz do teu passado, José Serra. É um jovem que a Deus só pede que suas convicções não lhes caiam como o tempo faz cair aos cabelos, que suas causas não fraquejem como o tempo faz fraquejar o corpo, que seu amor ao povo brasileiro sobreviva como a paixão da vida inteira. Que o conhecimento, que o tempo há de trazer, não seja o capital de meu sucesso, mas ferramenta do futuro.

Vi um homem, já idoso, enfrentar derrotas eleitorais e morrer como um vitorioso, por jamais ter traído as ideias que defendeu. Erros, todo humano os comete. Traição, porém, é o assassinato de nós mesmos. Matamos quem fomos em troca de um novo papel.

Talvez venha daí sua dificuldade de dormir.

Na remota hipótese de vencer as eleições, José Serra, o senhor será o derrotado. O senhor é o algoz dos seus melhores sonhos.

Brizola Neto é deputado federal pelo PDT-RJ

quinta-feira, 8 de abril de 2010

José Serra e seus 'cuidados' com a Educação...

*Charge de Bira para A Charge Online

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Brigada de médicos brasileiros formados em Cuba deverá ir ao Haiti neste mês

*Por Karol Assunção

Quase três meses após o terremoto que devastou boa parte do Haiti, a população tenta, aos poucos, reerguer-se e reconstruir o país. Durante essa fase, a solidariedade e a ajuda são indispensáveis para a nação haitiana. É pensando nisso que médicos e médicas do Brasil formados em Cuba se preparam para participar de nova brigada que irá ao país caribenho.

De acordo com Janilson Lopes, coordenador da Associação Médica Nacional "Maíra Fachini" (AMN-MF), a intenção é que a nova brigada vá ao Haiti no final deste mês e permaneça no país "de três a seis meses". Segundo ele, a expectativa é que mais de 800 médicos latino-americanos graduados na Escola Latino-americana de Medicina (Elam), em Cuba, participem do grupo.

Do Brasil, cerca de dez profissionais da medicina deverão ir ao país caribenho. Mas, segundo ele, a expectativa é que o número suba para 30 ou 40 "dependendo da negociação com os governos [cubano e brasileiro]". Lopes explica que os profissionais trabalharão na implantação dos programas de saúde promovidos por Cuba no Haiti. De acordo com ele, os interessados em participar deverão procurar a embaixada cubana no Brasil ou a AMN-MF.

O trabalho de médicos formados em Cuba vem ganhando destaque no Haiti. De acordo com informações do blog de Lopes, mais de mil médicos de toda a América Latina formados na Elam já ajudaram o país caribenho nos últimos meses. Em fevereiro deste ano, ele e mais nove médicos brasileiros formados em Cuba participaram voluntariamente da brigada cubana no Haiti.

Lopes considera a experiência "muito boa" tanto do ponto de vista médico quanto humano. No entanto, revela que também passou por momentos de angústias. "Há um sentimento de impotência por não poder ajudar mais", afirma. O médico conta no blog que o grupo realizava atividades não só dentro do acampamento, mas também em comunidades, levando medicamentos e prestando serviços de assistência em lugares improvisados, como igrejas, escolas e creches.

De acordo com o coordenador da AMN-MF, a situação no país começa a mudar. Para ele, o momento de emergência já passou e, agora, passa por um processo de mudança. Fato que pode ser percebido até mesmo em relação às doenças. Durante a permanência no Haiti, Lopes percebeu que o país passava por um "momento de transição epidemiológica".

O coordenador da AMN-MF revela que, enquanto os traumas físicos diminuíam, os danos psicológicos deixados pelo terremoto começavam a ficar mais evidentes. Além disso, a falta de higiene também começou a gerar o aumento de enfermidades, como doenças respiratórias, infecções e diarreias.

Os interessados em participar da brigada podem entrar em contato com o coordenador da AMN-MF através do e-mail: jenilsonemcuba@hotmail.com

*Karol Assunção é Jornalista da Adital

sábado, 27 de março de 2010

Estudantes e Educadores de Todo o Brasil, Uni-Vos!

Começa amanhã em Brasília a etapa nacional da Conferência Nacional de Educação. Sob o tema Construindo o Sistema Nacional Articulado de Educação três mil pessoas – entre estudantes, educadores, poder público e iniciativa privada – debaterão até a plenária final na quinta-feira (01), os rumos da educação brasileira.

As entidades estudantis vêm desde o início das discussões sobre a conferência jogando importante papel em sua construção. Participamos das comissões organizadoras nacionais, estaduais e municipais. Mobilizamos milhares de jovens e compramos a briga contra os tubarões do ensino que ainda insistem em um modelo mercantil de educação. Apresentamos nossas reivindicações com a convicção de que o tripé acesso-financiamento-democracia é a base para superação dos problemas históricos que a nossa educação acumulou nesses últimos 500 anos.

Sob essa perspectiva temos respaldo suficiente para conclamar o movimento educacional brasileiro à unidade de ação diante desta trincheira que é a CONAE 2010. Sabemos da força que os conservadores e donos das grandes redes de ensino pago ainda detêm em nosso país. Portanto, é fundamental para a aprovação de propostas progressistas a superação de divergências pontuais e a convergência do movimento educacional em torno das questões estruturais.

Aprofundar os avanços que conquistamos no último período como a aprovação do piso salarial nacional do magistério, o fim da DRU sobre a educação, a obrigatoriedade do ensino de sociologia e filosofia no ensino médio e a expansão da rede de educação tecnológica, é o desafio que temos pela frente. Para que isso seja possível devemos unir nossas forças em torno de bandeiras históricas como o investimento de 10% do PIB em Educação e a regulamentação do ensino privado, vetando inclusive a participação do capital estrangeiro.

Além disso, com as recentes descobertas das imensas reservas de petróleo na camada brasileira do Pré-Sal, o movimento estudantil propõe ao povo brasileiro o investimento de 50% do Fundo Social, que deverá ser criado com os recursos do Pré-Sal, na educação pública. Acreditamos que a unidade em torno deste ponto é necessária para a superação dos problemas que temos no que tange ao investimento.

No ensino médio a disparidade entre matricula e conclusão é assustadora. A superação desses dados pressupõe um plano de assistência estudantil que permita a permanência desses jovens na escola e a transformação dela em um ambiente propício ao desenvolvimento das atividades escolares. O incentivo ao desenvolvimento cultural e a prática esportiva devem caminhar lado a lado com o desenvolvimento do ensino médio, para isso defendemos uma reforma atualizadora no ensino médio.

Por fim, ao analisarmos os dados do acesso ao ensino superior no Brasil (apenas 13,9% dos jovens de 18 a 24 anos têm acesso a um curso superior) verificamos que há ainda problemas imensos na relação estudantes egressos do ensino médio X vagas no ensino superior. Para isso propomos uma radical democratização do acesso à universidade brasileira, é fundamental nesse processo também transformar a universidade através da superação da arcaica reforma do acordo MEC/USAID, diante disso a aprovação do PL 5175/09, que dispõe da proposta de reforma universitária da UNE é urgente.

É em torno dos grandes desafios que temos pela frente que o movimento educacional do Brasil deve ser concentrar. A unidade dos setores progressistas nesse momento terá um grande valor para as futuras gerações de brasileiros. Portanto, todos à Conferência Nacional de Educação!

• Reforma Universitária com Democracia e Soberania. Pela Aprovação do PL 5175/09 Já!
• Mais Verbas para Educação. 10% do PIB e 50% do fundo social do Pré-Sal!
• Democratização do Acesso! Ampliação e Reserva de Vagas.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Os rumos da pós-graduação no Brasil

*Por Luciano Rezende

Em um período recente, tempos em que as leis de mercado prevaleciam hegemônicas sobre qualquer tentativa de fortalecimento do Estado Nacional, o governo brasileiro se omitiu de apontar os rumos de várias políticas públicas estratégicas e outros assuntos de interesse do país. Vivíamos a lógica de que o deus-mercado regularia tudo, inclusive a demanda por profissionais egressos da pós-graduação brasileira. Ledo engano.

Esse paradigma custou caro ao país e, mesmo que parcialmente, demorou a ser desconstituído. Hoje, a realização das conferências nacionais temáticas, dentre elas a de C&T, resultam em documentos e resoluções elaborados de forma democrática que sinalizam os caminhos da política científica e tecnológica a ser seguido pelo país. Outra importante ação nesse sentido foi a retomada do Plano Nacional de Pós-graduação (PNPG), reivindicado pelo Movimento Nacional de Pós-graduandos, através da Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG).

O PNPG, elaborado pela Capes, é um dos grandes responsáveis pela institucionalização da pós-graduação e deveria ser submetido à aprovação do Congresso Nacional a cada quatro anos. Entretanto, durante o Governo Fernando Henrique Cardoso, o MEC, sem o menor interesse em comprometer-se com a expansão do sistema público de pós-graduação, decidiu abandonar a elaboração e aprovação do IV PNPG, que já vinha sendo postergado há uma década. A partir da constatação de que a pós-graduação brasileira já estaria “madura” e acabada, o MEC havia decidido substituir o Plano por um conjunto genérico de diretrizes – sem quaisquer indicações de mecanismos, meios, metas e prazos para suas consecuções.

Já no governo Lula, a Capes, através da Portaria nº 46 de 19 de maio de 2004, instituiu a Comissão responsável pela retomada do PNPG relativo ao período 2005-2010. Nela, pela primeira vez, se deu a participação dos pós-graduandos, além de representantes de outros setores da comunidade acadêmica e científica como a SBPC. O resultado foi um conjunto de políticas e metas progressistas, sintonizadas com as necessidades dos pós-graduandos – a exemplo da que recomenda a reposição gradual do valor das bolsas, defasada em dez anos, corrigindo seu valor em 50% entre 2005 e 2010 (10% ao ano), ou a que propôs a isonomia entre os montantes das taxas de bancada da Capes e do CNPq (embora até hoje não tenha sido efetivada).

De fato, muita coisa precisa avançar. A pós-graduação brasileira apresenta muitos problemas e limitações que necessitam ser superados. Ainda é grande a falta de democracia interna na pós-graduação onde muitos estudantes sofrem com o assédio-moral de vários orientadores que concentram enorme poder de decisão, em departamentos cada vez mais separados da universidade e que impõem suas próprias leis de distribuição de bolsas e seleção de candidatos. É fundamental continuar o debate sobre a pós-graduação para continuar avançando em sua melhoria.

Por isso mesmo é confortável saber que o atual governo mantém seu compromisso de privilegiar fóruns que são capazes de envolver todos os agentes que constituem a pós-graduação para debater suas limitações e encontrar soluções.

O V PNPG, ou PNPG (2010 – 2020), apesar de englobar um período demasiado longo, merece ser saudado, ainda mais por manter seu caráter democrático e contemplar a participação dos pós-graduandos, ainda que em proporção não condizente com a sua importância na produção científica nacional. Todavia, serão muitos os desafios que deverão ser tratados pela comissão recentemente instituída. Dentre eles temas sensíveis à vida dos pós-graduandos, como a continuidade da valorização permanente das bolsas, a democratização na tomada de decisão interna dos departamentos e programas, a universalização da taxa de bancada, a definição de outros critérios de avaliação da pós-graduação capaz de superar a visão meramente quantitativa de publicação de artigos, entre outros assuntos.

Por sua vez, o Movimento Nacional de Pós-graduandos, instituído em suas dezenas de Associações de Pós-graduandos (APGs) espalhadas pelo Brasil, deve pautar a elaboração do PNPG (2010 – 2020) como máxima prioridade. As propostas dos pós-graduandos nesse Plano devem contar com a sabedoria coletiva através de consultas, pesquisas e seminários no meio estudantil. O que pensa o pós-graduando brasileiro e quais suas principais aflições. Esse sentimento precisa ser registrado pela entidade máxima representativa dos pós-graduandos, como fez no PNPG passado, para que seja contemplado na íntegra nesse novo documento.

Esses são os principais desafios que não podemos deixar passar em branco, com o risco de esperar mais dez longos anos. Um tempo extenso demais, como foram os malfadados anos dos governos Collor e Fernando Henrique Cardoso. Mais que nunca é preciso superar esse atraso.

O Congresso da ANPG (marcado para os dias 15, 16, 17 e 18 de abril, na UFRJ) vem em boa hora e saberá dar uma justa resposta aos anseios dos milhares de pós-graduandos brasileiros.

*Luciano Rezende é Engenheiro agrônomo, mestre em Entomologia e doutorando em Genética. Da direção estadual do PCdoB - MG

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